Bernardinho se desculpa após chamar Tifanny de homem
Tifanny defende o time de BauruFoto: Marcelo Ferrazoli/Vôlei Bauru
Técnico do Sesc Rio foi flagrado em leitura labial durante a partida contra o Bauru, nesta terça-feira (26)
Isso seria o acontecimento mais relevante sobre os playoffs da edição 2018/2019 da Superliga, não fosse o fato de o veterano treinador ter roubado a cena ao ser flagrado pelas câmeras de transmissão durante o último jogo da série melhor de três bradando a seguinte frase: “Um homem é f***”. O comentário aconteceu após a ponteira Tifanny, do Bauru, marcar um ponto explorando o bloqueio do Sesc Rio.
O fato foi relatado pelo perfil no Instagram de um time de vôlei de São Paulo que prega a inclusão LGBT. Na própria postagem, após a repercussão negativa, Bernardinho publicou um comentário com pedido de desculpas pelo ocorrido. “Peço desculpas a todos. Não foi minha intenção de forma alguma ofendê-la. Me referia ao gesto técnico e ao controle físico que ela tem, comum aos jogadores do masculino e que a maior parte das jogadoras não tem. Sempre trabalhei e tentei ajudar com meu trabalho diversos jogadores e jogadoras sem qualquer tipo de preconceito. À Tifanny dou meus parabéns pela grande atuação e conquista e a todos que se sentiram ofendidos reitero minhas desculpas, pois jamais foi minha intenção”, disse o técnico.
Tifanny estreou na Superliga feminina na última edição e teve sua participação cercada de polêmicas. Muitas atletas se posicionaram contra a presença dela, alegando discrepância de porte físico. No Nacional de 2017/2018, ela foi um diferencial para a sua equipe, muito por conta do fator surpresa, já que era uma atleta nova no cenário, que poucos conheciam suas características. Embora tenha feito um excelente jogo e ajudado a eliminar o Sesc Rio nesta semana, a ponteira já não consegue obter mesmo rendimento nesta temporada, está mais marcada, suas fragilidades mais expostas. É tanto que pouco se protestou sobre a continuidade dela na Superliga.
Hoje com 33 anos, Tifanny passou pelo processo de mudança de sexo aos 29. A presença dela na Superliga foi liberada porque a avaliação feita pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) leva em consideração o nível de hormônios. Ela teria de ter um índice de testosterona abaixo de 10 nanomols por litro de sangue. Seus exames a classificaram como regular e, tanto a Confederação Brasileira de Vôlei, quanto a Federação Internacional (FIVB), seguem as diretrizes do COI.
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