'Ninguém vai impedir Bolsonaro de ver o Enem antes', diz futuro ministro
Ricardo Velez Rodriguez foi anunciado pelo Twitter por Jair Bolsonaro como futuro ministro da Educação. Ele é professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do ExércitoFoto: Divulgação/ Facebook
'É bobagem pensar na democratização da universidade, nem todo mundo gosta', afirmou Ricardo Vélez Rodríguez
Vélez referiu-se à afirmação do presidente eleito, após a primeira prova deste ano, que "vai tomar conhecimento da prova antes" da realização do Enem pelos estudantes, o que confronta critérios técnicos e de segurança do exame. A polêmica surgiu com uma questão da prova que tratava do "dialeto" utilizado por gays e travestis. A declaração de Vélez, ocorreu em um encontro oferecido pela direção da Faculdade Positivo, onde leciona, em que foi homenageado por colegas professores.
Segundo ele, o exame poderia ser preparado por profissionais e instituições isentas. "Precisamos preparar a prova com muito carinho, para que não se torne um veículo de disseminação de determinadas posições ideológicas ou doutrinárias", afirmou. "Tem que ser uma prova que a avalie os conhecimentos e que não obrigue o aluno a assumir determinada posição com medo de levar 'pau'".
Vélez também afirmou que a reforma do ensino médio ficou incompleta e que o nome do Ministério da Educação deve sofrer mudanças — embora a reformulação completa da pasta, que deve abrigar outras como a da Cultura, ainda não esteja clara. "Em princípio [reforma do ensino médio], foi bem encaminhada mas ficou incompleta. O aluno tem que sair do segundo grau pronto para o mercado de trabalho. Nem todo mundo quer fazer uma universidade. É bobagem pensar na democratização da universidade, nem todo mundo gosta", afirmou Vélez.
"O segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode colocar em pratica os conhecimento e ganhar dinheiro com isso. Como os youtubers, ganham dinheiro sem enfrentar uma universidade". Vélez disse se alinhar às ideias de Bolsonaro, e que o valor que considera fundamental é o de servir as pessoas. "Não podemos ficar reféns de uma doutrinação de cunho marxista que terminou prevalecendo em muitas universidades. Precisamos abrir a mente e o espírito para a compreensão de outras formas de ensino e educação".
Para o futuro ministro, é necessário voltar-se a dar mais atenção às escolas municipais. Questionado sobre as verbas para as universidades, Vélez afirmou apenas que é preciso uma gestão mais eficiente dos recursos humanos e criticou a presença dos sindicatos nas administrações.
Por: Folhapress
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