Delegados do Rio criticam investigação paralela da PF no caso Marielle
Raul Jungmann anunciou abertura de inquérito em coletiva realizada nesta quinta (1)Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
MPF obteve depoimentos com denúncias de que organização criminosa atuaria para desviar investigações
Em nota divulgada nesta sexta-feira (2), o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindelpol-RJ) e a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-RJ) lamentam as declarações de Jungmann e afirmam que o ministro tentou “capitalizar dividendos políticos em cima da investigação dos homicídios”. Marielle e Anderson foram assassinados em março deste ano.
Segundo Jungmann, o Ministério Público Federal obteve dois depoimentos com denúncias de que uma organização criminosa teria atuado para desviar as investigações e dificultar a identificação dos autores e dos mandantes do assassinato. A Polícia Federal vai entrar no caso a pedido da Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge.
Para os delegados do Rio de Janeiro, Jungmann está “dando maior credibilidade à palavra do referido criminoso em detrimento de agentes do Poder Público de notória história de combate à criminalidade”. Pela nota das duas entidades, a denúncia que chegou ao Ministério Público Federal foi feita “por um miliciano homicida desacompanhada de qualquer outro elemento de prova que pudesse ratificar suas declarações”.
O Sindelpol e a Adepol afirmam que a decisão de Jungmann “tenta induzir um descrédito da sociedade na polícia investigativa”. Isso, segundo as duas entidades, “interessa aos marginais e representa uma total inversão de valores, dissociada do anseio da população”.
Por: Agência Brasil
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