Indulto a Lula seria atestado definitivo de culpa
Gleisi Hoffmann recolocou no baralho da sucessão a carta do indulto, que Fernando Haddad havia descartado. Presidente do PT, ela disse ao UOL que “não veria problema nenhum” na concessão de um indulto a Lula caso o PT retorne ao Planalto. Considera a providência “absolutamente normal”, pois “Lula é inocente” e sua prisão “é uma sacanagem”.
Indulto, como se sabe, é perdão. Até Gleisi, uma advogada bissexta, sabe que não há maior “sacanagem” para um inocente do que a concessão de clemência para os crimes que ele diz não ter cometido. Assim, para que a coisa fizesse nexo, a comutação da pena de Lula teria de ser precedida de um reconhecimento da culpa do pajé do PT. O presidiário teria de abdicar dos recursos que ajuizou contra a condenação a 12 anos e um mês de cadeia.
De resto, o hipotético presidente da República petista precisaria guerrear no Supremo para salvar um decreto de indulto editado por Michel Temer no Natal de 2017. Em decisão liminar, sujeita à apreciação do plenário da Suprema Corte, o ministro Luís Roberto Barroso sustentou que o indulto natalino de Temer deu “um passe livre para corruptos em geral.” Determinou que condenados por corrupção não recebam o perdão presidencial. Lula foi condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Está na bica de adicionar ao prontuário pelo menos mais duas condenações criminais.
Josias de Souza
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