Aliados sujam a "consciência limpa" de Alckmin
Geraldo Alckmin apresenta-se ao eleitorado como um homem de bem. Entretanto, aliou-se a partidos controlados por homens que se dão bem. Fez isso sabendo que muitos poderiam ser flagrados novamente com os bens. Nesta segunda-feira, em plena campanha, um pedaço da coligação de Alckmin tornou-se matéria-prima para uma denúncia no Supremo. Donos do PTB e do Solidariedade, respectivamente, Roberto Jefferson e Paulinho da Força integram um rol de 26 pessoas acusadas de formar uma organização criminosa no Ministério do Trabalho.
Jefferson foi o primeiro líder partidário a encostar sua ficha corrida no projeto eleitoral de Alckmin. “Vamos juntos construir o Brasil que queremos”, exultou o candidato tucano no mês passado, quando o PTB anunciou sua adesão. “Ninguém faz política sozinho”, disse o candidato tucano, ao realçar que precisa de “um time” para governar. (reveja a manifestação de Alckmin abaixo)
Sob Lula, o ''time'' do PTB fez gol contra no mensalão. Sob Temer, informa agora a Procuradoria, a equipe do ex-presidiário Jefferson montou na pasta do Trabalho um balcão para o comércio clandestino de registros de funcionamento de sindicatos. Sócio do esquema, o partido Solidariedade, de Paulinho, juntou-se a Alckmin na caravana tóxica do centrão, um aglomerado partidário que compunha a milícia parlamentar do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje hospedado na penitenciária de Pinhais, no Paraná.
Em resposta às críticas do PT à sua aliança com o centrão, Alckmin costuma lembrar que, no poder, o petismo não costumava julgar a biografia dos aliados. ''Quem escolheu Temer foi o PT. Não fui eu que escolhi, Temer era vice do PT'', declara o tucano sempre que o petismo o aperta. Beleza. O problema é que, ao cercar-se de enlameados, Alckmin não garantiu, por contraste, uma imagem de pureza. Ao contrário. Os aliados sujam a hipotética consciência limpa do grão-tucano.
Josias de Souza
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