Bolsonaro no JN: farpas de entrevistado e entrevistador
Em entrevista ao Jornal Nacional na noite desta terça-feira (28), Jair Bolsonaro (PSL) disse que cabe à Justiça resolver a diferença salarial entre homens e mulheres.
O candidato vem tentando se desfazer da imagem de misógino e se mostrou irritado ao ser questionado sobre o tema.
Bolsonaro repetiu que a equiparação salarial é garantida pela CLT, mesmo quando foi indagado sobre pesquisa do IBGE que aponta que as mulheres recebem, em média 25%, menos que os homens.
["Já está na CLT. A CLT já garante salário igual para homem em mulher. E se a lei não está sendo cumprida, a quem compete resolver é a Justiça", afirmou.
O presidenciável interrompeu por diversas vezes a jornalista Renata Vasconcellos e afirmou que ela recebe menos do que William Bonner, ao lado de quem ela apresenta o telejornal.
"Estou vendo uma senhora e um senhor aqui e com toda certeza há uma diferença salarial aqui, parece que é muito maior para ele do que para a senhora", disse.
"O meu salário não diz respeito a ninguém, mas posso garantir ao senhor como mulher que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu", respondeu Renata.
Questionado novamente se fará alguma ação para reduzir a desigualdade, o candidato se esquivou. "Por que o Ministério Público do Trabalho não age? Eu não tenho ingerência sobre isso. É só as mulheres denunciarem", respondeu
Golpe de 64
(Do BR 247) Em trecho da entrevista, Bolsonaro voltou a acusar a Globo de ter apoiado o Golpe Militar de 1964, que instalou uma ditadura de 21 anos no País. A afirmação forçou William Bonner a ler o editorial, também lido pela jornalista Miriam Leitão, em que a Globo reconhece o apoio ao golpe e lembra que em editorial de 2013 reconheceu o fato como um erro.
Talita Fernandes – Folha de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário