Ala do PT quer reverter acordo com PSB
Uma ala do PT quer reverter a decisão do partido de abrir mão da candidatura própria de Marília Arraes ao governo de Pernambuco. A desistência faz parte de um acordo fechado, hoje, com o PSB, que ficará neutro na disputa nacional – em revés para Ciro Gomes (PDT) – e terá o apoio petista à reeleição de Paulo Câmara na disputa pernambucana.
O protesto foi feito por nove petistas, entre eles integrantes da Executiva Nacional do partido, órgão que decidiu hoje à tarde pelo acordo com o PSB. Eles endereçaram um recurso ao Diretório Nacional, o último órgão de deliberação política do partido, que se reúne na sexta-feira, em São Paulo.
No documento, ao qual o UOL teve acesso, o grupo diz que as negociações com o PSB resultaram no 'não apoio' formal e nacional e, portanto, não está dentro do que pode ser considerado dentro dos interesses partidários para vencer as eleições de 2018".
Os petistas também alegam que as pesquisas mostram a possibilidade de vitória de Marília Arraes – neta do ex-governador Miguel Arraes – "representando uma grande força a favor da candidatura Lula e nosso projeto nacional".
O grupo lembra ainda que, segundo orientações da direção do partido, o PT não lançaria candidatura própria em Pernambuco caso houvesse "uma aliança nacional e formal do PSB com o PT" – o que, para os autores do recurso, não ocorreu, já que o PSB ficará neutro na disputa nacional.
O documento é assinado por Ivan Alex Lima, Múcio Magalhães, Silvana Donatti, Carlos Henrique Árabe, Renato Simões, Markus Sokol, Vilson Oliveira, Moara Saboia e Luizianne Lins. Com exceção de Múcio Magalhães, dirigente do PT pernambucano, todos são da Executiva Nacional do partido.
Minutos antes de a Executiva Nacional do PT aprovar o acordo com o PSB por 17 votos a 8, Marília Arraes divulgouum vídeo denunciando o que chamou de "ataques especulativos" contra sua candidatura e convocou os delegados do PT pernambucano a comparecer amanhã a um encontro para definir a tática eleitoral no Estado e aprovar a candidatura própria.
Os petistas que entraram com o recurso para defender a candidatura de Marília Arraes pertencem a correntes minoritárias do partido, e não é comum que decisões da Executiva Nacional sejam revertidas no Diretório Nacional.
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