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sexta-feira, 27 de julho de 2018

ELEIÇÕES 2018

Ciro diz que Josué foi vítima de uma armadilha

Após vaivém, empresário mineiro comunicou a Alckmin que não será vice do tucano

candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT-CE) afirmou nesta quinta-feira (26) que Josué Alencar foi vítima de uma armadilha ao ser cotado para vice de Geraldo Alckmin (PSDB). "Ele de boa fé aconselhou-se com os intermediários de Lula, e o Lula recomendou por meio desses intermediários que ele se filiasse ao PR. E aí o PR fez isso aí. Seria o meu vice."
Após balançar entre o apoio a Ciro Gomes ou Geraldo Alckmin, o PR decidiu na semana passada apoiar o tucano, junto com o chamadocentrão, bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade.
Em seguida, o nome do filho do ex-vice presidente José Alencar, morto em 2011, foi cotado para compor a chapa com Alckmin. Nesta quinta-feira, no entanto, Josué anunciou que vai declinar o convite.
A declaração de Ciro Gomes foi feita em Porto Alegre durante convenção estadual do PDT, que lançou o nome de Jairo Jorge ao governo do Rio Grande do Sul.
Ainda sobre o apoio do centrão a Geraldo Alckmin, o candidato disse que a aliança com o bloco nunca esteve nos seus cálculos. "Não estou desdenhando, não estou dizendo que eu não quis. A iniciativa disso jamais esteve nas minhas cogitações porque é tudo diferente. A vida inteira nós estamos em campos diferentes, opostos, então são coisas muito duras".
Ciro, no entanto, admitiu que tentou negociar com o centrão. "Porque o tamanho do problema brasileiro vocês não têm ideia, é muito grave. Não há precedente no colapso fiscal que nós vamos enfrentar já em 2019. Quem tem como eu a experiência que eu tenho, e o compromisso de não mentir, eu estou obrigado a conversar com todo mundo, de olho na eleição e de olho no dia seguinte". Segundo Ciro Gomes, as negociações foram interrompidas quando ficaram claras as diferenças entre os dois projetos para o país.
O pedetista também foi questionado sobre a declaração que deu mais cedo em São Paulo, de que seria antagonista de Lula. "Se eu sou candidato e o PT tem um candidato, nós somos adversários. O que não quer dizer que não sejamos fraternos amigos, eu apoio o PT na Bahia, no Piauí, no Ceará, no Acre. Ajudei o Lula durante os 16 anos. No entanto eu discordo da estratégia do PT, portanto nós somos adversários".

Fernanda Wenzel – Folha de S.Paulo

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