Brasil vence Sérvia e pega México nas oitavas
Jogadores brasileiros comemoram a vitória diante da Sérvia
Na terra da vodca, Brasil avança em primeiro e terá de encarar uma tequila mexicana nas oitavas de final em um duelo retrô entre os técnicos Tite e Juan Carlos Osorio
Na Rússia, terra da vodka, os países da caipirinha e da tequila decidirão quem é capaz de dar um porre de bom futebol na torcida nas oitavas de final. Sorte que o técnico canarinho conhece muito bem o comandante adversário. Uma rivalidade saudável iniciada no Majestoso, como é chamado o clássico paulista entre Corinthians e São Paulo, vai desembarcar em Samara no próximo dia 2.
Tite e Juan Carlos Osorio, treinador do Brasil e do México, respectivamente, duelarão nas oitavas de final da Copa. A vitória por 2 x 0 sobre a Sérvia nesta quarta-feira (27/6), no Spartak Stadium, confirmou o primeiro lugar do Brasil no Grupo E. Com isso, o próximo adversário na fase eliminatória será um velho conhecido em mundiais.
Brasil e México se enfrentaram quatro vezes na história das Copas. A Seleção jamais perdeu para o adversário. Um desses confronos foi em 1962, na conquista do bicampeonato mundial.
Talismã da era Tite, Paulinho fez o primeiro gol da vitória após uma assistência de Philippe Coutinho — o melhor jogador do Brasil na Copa: dois gols e um passe. As exibições de Casemiro, Miranda e de Thiago Silva, autor do segundo gol, também merecem aplausos. Um pouco mais ligado, Neymar poderia ter marcado, mas esbarrou duas vezes no goleiro Stojkovic. Mas foi do camisa 10 a cobrança de escanteio milimétrica para o gol de Thiago Silva.
Espasmo na coluna
O jogo começou com um drama para o Brasil. Depois de perder o lateral-direito Daniel Alves antes da convocação, Tite ficou sem Marcelo aos oito minutos. Segundo a assessoria de imprensa da Seleção, em uma tentativa de arrancada, o camisa 12 teve um espasmo na coluna. Foi medicado e passa bem. Ele chegou à beira do campo e falou baixinho no ouvido de Tite e do médico Rodrigo Lasmar. Avisou que não estava bem. Pediu para sair. Deixou o campo mancando para a entrada do reserva Filipe Luis.
A mecânica de jogo do lado direito não funciona desde o início da Copa sem Daniel Alves. Sem Marcelo, o setor esquerdo passou a sofrer também. Neymar ficou sem opção para tramar as jogadas. Ficou isolado diante da marcação. Willian não tinha o apoio de Fágner. Sem laterais espetados no ataque, coube ao Brasil recorrer ao lances pelo meio, que tanto deram certo nas Eliminatórias, com Philippe Coutinho recuando para acionar as infiltrações de Paulinho. Essa era a alternativa diante do drama vivido nas laterais.
Neymar e Gabriel Jesus tiveram boas chances de marcar. Em ambas, o goleiro Stojkovic trabalhou com perfeição. Mas o grandalhão de 1,95m não teve tamanho para evitar um gol que estava desenhado na prancheta de Tite. Philippe Coutinho lançou o homem surpresa Pauinho. Ele invadiu a área como se fosse um centroavante, deu um leve toque de cobertura e abriu o placar no Spartak Stadium.
Velho truque
O gol aos 36 minutos do primeiro tempo foi o primeiro de Paulinho em nove exibições em Copa do Mundo. O oitavo dele na era Tite. Para se ter uma ideia, é a mesma quantidade de gols de Philippe Coutinho, autor de dois gols e de uma assistência neste Mundial.
No segundo tempo, a Sérvia partiu para cima em busca do empate. Sem respeito pelos laterais reservas do Brasil, a Sérvia começou a jogar nas costas de Filipe Luis e Fágner. Houve pane no sistema defensivo. A melhor chance do Brasil começou num contra-ataque puxado por Philippe Coutinho seguido por uma assistëncia para Neymar. Ele chutou cruzado e Stojkovic salvou a Sérvia.
Pane defensiva
O desrespeito aos laterais do Brasil fez a Sérvia encurralar o Brasil. Alisson precisou trabalhar duas vezes para impedir o empate. No primeiro lance, interceptou mal um cruzamento da esquerda e a bola foi parar na cabeça de Mitrovic. A finalização foi salva por Thiago Silva. No outro susto, Mitrovic, de 1,89m, saltou mais do que o pequenino Fágner, o mais baixo da Seleção (1.68m), mas o anjo da guarda Alisson estava antento para protegê-lo.
De onde menos se esperava
Na batalha contra a seleção mais alta da Copa , o gol da vitória foi... de cabeça. Em mais uma exibição de gala, Thiago Silva aproveitou a cobrança de escanteio de Neymar e estufou a rede. Foi o segundo ele em mundiais. O outro havia sido contra a Colômbia nas quartas de final de 2014. Ao fim do jogo, o capitão de 2014 comentou o triunfo. "Em determinados momentos, nós temos dificuldades. Hoje, sofremos, a equipe soube sofrer quando foi atacada... Isso é Copa do Mundo. Do outro lado, tem adversário com qualidade. Quando sofremos, soubemos ficar concentrados. E o Neymar bateu o escanteio na primeira trave, e fomos felizes", disse.
Que pena, menino Ney!
Autor de um gol nesta Copa do Mundo, o segundo da vitória sobre a Costa Rica, por 2 x 0, Neymar teve nos pés as últimas oportunidades do Brasil. Em um veloz contra-ataque puxado por Willian, a bola chegou ao camisa 10. De frente para o gol, ele deu azar. A bola quicou no gramado e subiu demais. Na última oportunidade, surgiu novamente na cara do gol, mas Stojkovic voltou a vencer o duelo. Ainda assim, o craque do PSG teve o seu nome gritado pela torcida, após o apito final.
» Confrontos em Copas
1950 - Brasil 4 x 0 México (fase de grupos)
1954 - Brasil 5 x 0 México (fase de grupos)
1962 - Brasil 2 x 0 México (fase de grupos)
2014 - Brasil 0 x 0 México (fase de grupos)
FICHA TÉCNICA
Sérvia (4-5-1)
Stojkovic
Rukavina, Milinkovic, Vejkovic e Kolarov
Matic, Milinkovic-Savic, Tadic, Ljajic (Zivkovic) e Kostic (Radonjic)
Mitrovic
Técnico: Mladen Drstajic
Brasil (4-2-3-1)
Alisson
Fágner, Miranda, Thiago Silva e Marcelo (Filipe Luis)
Casemiro e Paulinho (Fernandinho)
Willian, Philippe Coutinho (Renato Augusto) e Neymar
Gabriel Jesus
Técnico: Tite
Gols: Paulinho, aos 36 minutos do primeiro tempo; Thiago Silva, aos 22 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Matic, Ljajic e Mitrovic
Público:
Renda: não divulgada
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
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