Paulo Preto solto: contribuição para impunidade
Procuradora diz que soltura de Paulo Preto contribui para impunidade
Adriana Scordamaglia critica habeas corpus concedido por Gilmar Mendes: 'muita estranheza'; e diz que testemunha corre risco
A decisão do ministro do Supremo Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, aumenta a sensação de impunidade, segundo a procuradora regional da República Adriana Scordamaglia. Uma das resposáveis pela investigação contra Paulo, apontado como operador do PSDB, ela ficou sabendo da decisão de Gilmar durante a audiência de custódia da prisão do empresário, que durou mais de sete horas.
— Não vamos esmorecer com decisões como essa. Só queremos ver Justiça sendo feita. Gostaríamos de trabalhar com nossos direitos assegurados e que o que escrevemos seja lido com maior seriedade.
Adriana disse que recebeu a notícia com "muita estranheza" e que a audiência foi "atropelada" pelo habeas corpus de Gilmar. Ao final da audiência, a juíza da primeira instância decidiu manter a prisão de Paulo e converter em domiciliar a prisão de Tatiana Arana Souza Cremonini, filha do engenheiro.
O Ministério Público Federal (MPF) havia pedido a prisão de Paulo por intimidação de testemunhas. De acordo com a procuradora, as testemunhas ainda correm risco com a decisão do ministro.
— Com toda a certeza (correm risco). O ministro Gilmar disse (no habeas corpus) que só testemunhas de defesa serão ouvidas agora. E isso não é verdade. Serão ouvidas testemunhas arroladas pela acusação em breve.
Questionada se a decisão de Gilmar contribui para a impunidade e para a
— Infelizmente (contribui para impunidade), sim. Já que se nós pedimos a prisão estamos convictos de que havia fundamentos, no nosso sentir, como pessoas que trabalham com seriedade, que nãoo ficamos pedindo a prisão de qualquer um — respondeu.
— Foi uma audiência sui generes, a qual foi atropelada ao seu final com uma liberdade concedida pela última instância, havendo também supressão das instâncias, já que nós temos um tribunal (TRF-3) e o STF é a última instância que os réus devem recorrer.
Paulo Preto e sua filha saíram da audiência de custódia, no Fórum da Justiça Federal, já livres.
Gustavo Schmitt – O Globo
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