Temer foi avisado mas ignorou alertas
‘Imagine o Brasil ficar sem transporte por uma semana?’, dizia ofício ignorado
O Palácio do Planalto foi avisado em pelo menos quatro ocasiões pelos líderes dos caminhoneiros sobre a possibilidade de paralisação da categoria. Nos ofícios endereçados ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e ao próprio presidente Michel Temer, os dirigentes da entidades representativas da classe pediram para serem recebidos a fim de discutir uma solução para o aumento diário do diesel e a carga tributária incidente sobre o combustível. Eles relatam que não conseguiram resposta.
O primeiro comunicado foi feito pela Associação Nacional dos Caminhoneiros (Abcam) no dia 05 de outubro de 2017, endereçado ao ministro Padilha. Nele, a entidade fala destaca que o transporte rodoviário é fundamental para o país e reclama da alta dos custos, decorrentes da elevação das alíquotas do PIS/COFINS sobre o diesel
No dia 14 de maio de 2018, a entidade fez uma nova tentativa. Desta vez, endereçada a Temer. O ofício repete os argumentos do primeiro e afirma: "Pela segunda vez nos reportamos a esse governo para buscar uma saída para o problema do preço do diesel (...) Esperamos que desta vez, o o governo leve mais a sério o que estamos reivindicando", diz a carta, que completa: "Imagine o Brasil ficar sem transporte por uma semana? Seria terrível para todos nós.
No dia 16 de maio foi a vez da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que enviou ofício a Temer. A entidade diz "o estado de fragilidade financeira que se encontra o setor é altamente inflamável como palha seca",
Na última segunda-feira, dia 21 de maio, a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) encaminhou ofício ao presidente Temer já citando como referência a paralisação do setor de transporte de carga. A carta repete as reivindicações do setor Os dirigentes da Abcam afirmam que aguardaram uma resposta do Planalto até a última sexta-feira.
Geralda Doca - O Globo
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