Ânimos esquentam em alguns pontos das manifestações
Postos continuam sem combustível nesta terça
Governo diz que negociações se esgotaram, mas caminhões ainda obstruem estradas no 8º dia da crise
No oitavo dia seguido de protesto, os ânimos começaram a esquentar em alguns locais de manifestação.No Espírito Santo, um caminhoneiro levou um tiro de raspão cabeça ao tentar bloquear com um grupo uma rodovia na região metropolitana de Vitória. O suspeito é o ocupante de um caminhão que queria passar pela via. Em São Paulo, na rodovia Régis Bittencourt, a reportagem flagrou esvaziando pneus de outros caminhoneiros para evitar que eles saiam no caso de a polícia intervir.
Ainda em São Paulo, postos de combustíveis estão negando abastecimento com medo de represálias.
De acordo com presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), a greve não é mais dos caminhoneiros, mas "de quem quer derrubar o governo".
Apesar da declaração do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), na manhã desta segunda (28), de que as reivindicações dos caminhoneiros foram atendidas e as negociações se esgotaram, os caminhoneiros não deixaram os mais de 550 pontos de bloqueio das rodovias do país.
O anúncio de redução no preço do diesel e criação de um preço mínimo para o frete, feito pessoalmente pelo presidente Temer, não foi suficiente para desmobilizar a paralisação.
Sobre as possibilidades de negociação, Michel Temer afirmou na tarde desta segunda, que "se Deus quiser" a crise gerada pelas paralisações acabará logo.
Escoltados, caminhões-tanques levaram gasolina para abastecer postos e serviços básicos em várias regiões do país. A medida, no entanto, não resolveu totalmente a crise de abastecimento. Os bloqueios também afetam cada vez mais hospitais, que passam a sofrem com a falta de remédios essenciais, como quimioterápicos e produtos para diálise.
Nesta terça-feira, nono dia de protestos, situação dos postos deve continuar a mesma nesta terça-feira (29), em São Paulo. O Sincopetro, sindicato dos postos, ainda considera que 99% dos estabelecimentos estejam seco.
A prefeitura de São Paulo estima que haja combustível suficiente para colocar cerca de 70% da frota de ônibus municipais em circulação nos horários de pico nesta terça-feira e cerca de 60% no restante do dia.
As aulas estão mantidas, mas escolas relatam um grande número de professores faltantes. Universidades em vários estados cancelaram suas aulas.
Folha de S.Paulo
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