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domingo, 29 de abril de 2018

ME ENGANA QUE EU GOSTO

Não à propina é Lema da Camargo Corrêa Infra

Sob comando da nova divisão da construtora, criada para isolar as obras pós-Lava Jato, Décio Amaral diz que quer liderar uma transformação do setor


Somos radioativos, não peça propina', diz presidente da Camargo Corrêa Infra


A Camargo Corrêa não paga mais propina. Se alguém pedir, será denunciado. O recado é de Décio Amaral, presidente da Camargo Corrêa Infra, novo braço do grupo, criado para tocar apenas os novos projetos da empresa.  Tudo o que diz respeito ao passado, incluindo a Operação Lava Jato —concessões, obras, negociações com as autoridades— fica isolado na construtora, que é controladora da CCInfra. 
“Somos radioativos, não peça propina”, diz ele, na sede da nova companhia, em São Paulo, que ainda traz as paredes brancas, à espera do logo da empresa.
Segundo o executivo, a Camargo Corrêa foi “corajosa” ao ser a primeira empresa envolvida na Lava Jato a fazer leniência. Agora, o novo braço do grupo vai liderar uma transformação no modo com o setor privado se relaciona com o governo. Amaral defende que é preciso alterar as regras de contratação de projetos de engenharia. Propõe também a revisão do chamado aditivo aos contratos —adicionais ao preço original que permitem aumentos de até 25% nos custos das obras já em andamento. 
“Dá para tolerar variações entre 10% e 15%. Mas muita gente faz o que no mercado? Pega o preço certo, dá 25% de desconto e depois vê o que faz. A gente não quer isso”, afirma o executivo.


Para Amaral, o Brasil não precisa de novas leis para acabar com a corrupção —bastaria acabar com o corruptor.  E ainda faz uma convocação: “Convido toda a liderança empresarial do Brasil a fazer como a gente. Aqui não tem corruptor. Se todo mundo do setor privado agir como a gente não precisa de lei nenhuma.” 

Alexa Salomão e Taís Hirata – Folha de S.Paulo

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