Revista acaba em confusão na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá
Penitenciária Barreto Campelo Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
Ambulâncias e bombeiros estão do lado de fora e parentes reclamam da falta de informações oficiais; afirmam que seus parentes pedem socorro de dentro do presídio
A confusão começou por volta das 8h30, de acordo com o promotor da Vara de Execuções Penais Marcellus Ugiette. Ele disse que tudo começou durante uma revista. Quando os agentes penitenciários e policiais militares se preparavam para entrar no último pavilhão, houve algum desentendimento e foi iniciada uma troca de tiros e foi preciso recuar.
O fotógrafo da Folha de Pernambuco Arthur de Souza chegou a ser coagido por agentes do sistema prisional que tentavam evitar fotos aéreas da operação. Cinco deles interpelaram o profissional, mostrando uma algema e proibindo o uso de drone mesmo fora dos muros da unidade. “Fui atingido no meu direito de liberdade profissional e coagido. Estava fora da área que havia sido apontada como de segurança”, lamentou. Souza, antes do sobrevoo, consultou uma agente que indicou ser proibida a entrada do equipamento na área interna e, por isso, o equipamento ficou posicionado do lado de fora. A Seres e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado (SJDH) não comentaram a atitude dos agentes.
Do lado de fora do presídio, o clima foi de bastante tumulto. Uma ambulância do Samu e três viaturas dos bombeiros, sendo uma ambulância de resgate e duas caminhonetes, estiveram no local. Uma espécie de círculo de isolamento foi traçada para evitar a aproximação de parentes e da imprensa. Vários presos foram transferidos do local de va, porém a Seres não precisou a quantidade nem para que locais foram levados. O delegado de Itamaracá, Roberto Geraldo, também foi acionado para dar suporte.
Durante a tarde, familiares dos detentos estiveram na porta do presídio à espera de informações. "Meu filho mandou mensagem dizendo que foi baleado, está ferido lá dentro, e pediu socorro hoje pela manhã", disse uma mulher de 42 anos que não quis se identificar. Pelo WhatsApp dessas famílias, imagens aterrorizantes foram enviadas, relatando ferimentos graves e acusando de truculenta a ação policial. Eles se queixavam de falta de informações oficiais.
Confira a nota da Seres na íntegra:
A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informa, que nesta terça (27/03), foi realizada uma operação de segurança na Penitenciária Professor Barreto Campelo (PPBC), em Itamaracá. A ação, viabilizada pela Seres, contou com o efetivo de 200 agentes penitenciários de diversas unidades prisionais do estado e da Gerência de Operações e Segurança (GOS/Seres); além do Batalhão de Choque, CIPCães, Polícia Civil e Bope. O Corpo de Bombeiros e o helicóptero da Secretaria de Defesa Social também foram acionados.
Na operação, foram apreendidas oito armas de fogo, munições, 120 armas brancas, além de drogas. Todo o material está sendo contabilizado pela equipe da Seres. Por questões de segurança, foram transferidos reeducandos para outras unidades prisionais do estado. Não houve feridos durante a operação.
FolhaPE
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