Após polêmicas, juiz do auxílio-moradia sai do Twitter
Pouco mais de três meses após abrir uma conta no Twitter, o juiz federal Marcelo Bretas decidiu deixar a rede social.
Em mensagem postada na tarde desta terça (30), o magistrado, responsável pela Lava Jato no Rio, agradeceu ter ultrapassado a marca de 30 mil seguidores e anunciou que não usará seu perfil no Twitter.
"Agradeço aos mais de 30 mil seguidores. Findo este período de férias, informo que não usarei esta conta de Twitter pelos próximos meses. Teremos um ano de muito trabalho...Até", disse Bretas, que volta ao trabalho no dia 7 de fevereiro.
Na descrição de seu perfil, ele dizia que usava a conta "apenas como cidadão brasileiro no exercício de sua liberdade de expressão"
Neste curto período na rede social, o magistrado não fugia de polêmicas.
Na segunda (29), Bretas travou um bate-boca com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). O petista questionou o juiz sobre a informação revelada pelo "Painel" de que ele e a mulher, também juíza, recebem auxílio-moradia, apesar do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) proibir a remuneração a casais que morem sob o mesmo teto.
Em resposta, o juiz afirmou que "o direito em questão foi assegurado a cada magistrado individualmente" e que, no seu caso, "foi concedido em processo judicial (público), com contraditório, proposto em face da União".
Mais cedo, Bretas já havia usado o Twitter para ironizar o recebimento do benefício.
"Pois é, tenho esse 'estranho' hábito. Sempre que penso ter direito a algo eu vou à Justiça e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto ou pegar escondido ou à força. Mas, como tenho medo de merecer algum castigo, peço na Justiça o meu direito".
Em réplica, Teixeira disse que o "pedido em si é imoral" e que a decisão judicial "foi dada por corporativismo".
FOTO COM FUZIL
Em um outro post polêmico, ele publicou uma foto fazendo treinamento de tiro. Na imagem, o magistrado aparecia segurando um fuzil.
No ano passado, o juiz usou a sua conta no Twitter também para elogiar discurso da presidenciável Marina Silva.
Em dezembro, ele apagou parte do que já havia publicado. Na ocasião, Bretas disse que precisava "despoluir" a rede social.
O magistrado também gostava de comentar sobre combate à corrupção e postar citações religiosas.
Folha de S.Paulo – Sergio Rangel
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