Menina de três anos levada em Panelas não sofreu abuso sexual
Coletiva na SDS sobre criança sequestrada em Catende Foto: Diogo Cavalcante/Folha de Pernambuco
Criança foi encontrada pelos policiais no início da noite desta quarta-feira (27), em Catende, assustada e com algumas assaduras na pele
Ao todo, sete pessoas estariam envolvidas no arrebatamento da menor - caso foi tipificado neste termo por não poder ser chamado nem de sequestro, nem de rapto. A história segue sendo investigada por meio de um trabalho conjunto das polícias Civil, Militar, Científica e pela Secretaria Executiva de Ressocialização (SERES). A SDS optou por não revelar os nomes dos envolvidos, nem indicar quais as linhas de investigação, visando não atrapalhar o andamento do inquérito. Mas, segundo o secretário executivo de Defesa Social, Humberto Freire, nada é descartado - inclusive vingança.
A menina foi levada de dentro de sua casa, em Panelas, por três homens na véspera de Natal (24). Um vizinho foi identificado pela mãe da criança como partícipe do arrebatamento e está preso temporariamente na carceragem da Polícia Civil, em Caruaru. Após localizarem o carro utilizado no crime, os outros dois suspeitos foram identificados, levados à delegacia para depor e posteriormente liberados.
Na noite de quarta (27), a criança foi abandonada por duas mulheres em uma rua de Catende, a aproximadamente 65 quilômetros de Panelas. Elas admitiram à Polícia que estavam com a menina, entregando objetos e roupas. Ambas foram ouvidas na delegacia de Catende e também liberadas, na manhã desta quinta (28).
“O primeiro objetivo (da Polícia) era ter a criança de volta. O aprofundamento da investigação, agora, visa responsabilizar todos que tiveram alguma participação neste crime para serem levados à Justiça”, disse o secretário Humberto.
Confusão
O caso é “contraditório”, segundo o chefe da Polícia Civil do Estado, Joselito Kehle do Amaral. Durante o sumiço, um detento da Penitenciária de Pesqueira alegou à Secretaria Executiva de Ressocialização (SERES) que era pai da menina, e que ela seria libertada por uma ordem sua. A mãe nega a afirmação do presidiário. “Há a necessidade de exames de DNA para atestar a veracidade dos fatos. Há um presidiário que afirma ser pai e apareceu uma senhora dizendo ser mãe da menina”, explicou Joselito.
Este homem, que alega ser pai da criança, está preso desde 2014 por homicídio e assalto. A criança foi devolvida à família e sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar de Lajedo, também no Agreste Meridional.
Perícia
Num primeiro momento, um exame realizado em Catende indicava que a menina teria sido estuprada. Entretanto, ao ser encaminhada para o IML de Caruaru, o médico legista não detectou qualquer sinal de abuso sexual, bem como indícios de espancamento. “O que se observou foi uma criança assustada, por o que passou, e que ela não era bem cuidada. Ela tinha assaduras na região íntima, mas sem nenhuma ligação com violência sexual”, contou a chefe da Polícia Científica, Sandra Santos.
FolhaPE
Nenhum comentário:
Postar um comentário