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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

FARRA DOS JATINHOS

MPF PEDE QUE TEMER ESCLAREÇA REGRAS PARA USO DOS AVIÕES DA FAB
MPF PEDE QUE TEMER ESCLAREÇA REGRAS DE USO POR AUTORIDADES DOS AVIÕES DA FAB (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)

ÓRGÃO APONTA QUE AVIÕES TRANSPORTARIAM AMIGOS, PARENTES E LOBISTAS DE AUTORIDADES


O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) pediu, por meio de um documento enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que o presidente Michel Temer esclareça as regras de uso por autoridades dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo o MPF, uso indevido de voos para levar ministros a cidades de domicílios foram apuradas. Além disso, os aviões estariam sendo usados também para transportar 'parentes, amigos e lobistas de autoridades.'
Na recomendação, 11 procuradores da República pedem a alteração do decreto de 2002 que regulamenta o uso dos aviões da FAB por autoridades. O pedido está baseado em um inquérito de 2016, em que consta 238 voos feitos por 21 ministros do atual governo ‘sem justificativa adequada. ’
Entre maio de 2016 e o mesmo mês deste ano foram gastos mais de R$ 34 milhões com os voos de ministros da gestão Temer. O MPF constatou ainda que as justificativas dadas para o transporte dessas autoridades são necessidades de ‘segurança’ e ‘serviço’ nas quintas ou sextas com retorno previsto para Brasília nas segundas ou terças. Os motivos violam o decreto que restringe o uso das aeronaves para o local de domicílio.
“Não há justificativa plausível para que a Administração Pública continue financiando esses gastos desmedidos, razão pela qual a revisão do Decreto nº 4.244/2002, bem como a punição dos que infringiram a restrição é medida que se impõe”, aponta a recomendação.
O MPF afirma ainda que a norma é taxativa quanto às autoridades que podem solicitar o uso dos aviões da FAB, mas é omissa em relação aos acompanhantes. Segundo o Ministério Público, a lacuna dá abertura para interpretações e pode validar as ‘caronas.’
O MPF pede que sejam incluídas normas específicas no decreto: informar se as autoridades podem embarcar com parentes e terceiros e em que circunstancias; definir objetivamente ‘viagens a serviços’ e ‘compromissos oficiais’; e prever ressarcimento aos cofres públicos em caso de uso indevido dos aviões.
Há ainda a recomendação de que a norma exija que as viagens para comparecimento a compromissos constem previamente da agenda pública do ministro, com o indicativo da aeronave. Além de solicitar que a classificação do motivo “segurança” seja feita pelo Gabinete de Segurança Institucional ou Polícia Federal, e não pela autoridade.
O documento do Ministério Público aponta ainda que, caso as deficiências apontadas não sejam saneadas, poderão ser tomadas medidas judiciais.

Diario do Poder

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