Homem é preso por matar a mulher a marteladas no Cabo
Caso ocorreu no bairro da Charneca, no Cabo Foto: Google Maps/Reprodução
Em carta achada pela polícia, suspeito disse que cometeu crime por ordem de entidade sobrenatural
Um homem de 41 anos foi preso em flagrante, na manhã desta sexta-feira (29), suspeito de assassinar a companheira no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. A vítima, de 45 anos, foi morta com duas marteladas na cabeça, durante a madrugada, enquanto dormia num sofá na residência do casal, situada no Loteamento Novo Horizonte, no bairro da Charneca. De acordo com a Polícia Civil, o agressor afirmou que cometeu o crime por ordem de uma "entidade do mal".
Após matar a mulher, ele fugiu da casa, mas deixou uma carta encontrada em diligências policiais. No texto, confessou o crime, indicou a influência de questões espirituais e disse que se suicidaria. Acabou preso às 8h30, na zona rural do município, por policiais militares do 18º Batalhão da corporação. O caso foi levado para a Delegacia da Mulher do Cabo de Santo Agostinho. O suspeito foi indiciado por feminicídio.
De acordo com a delegada Angela Patrícia, titular da delegacia, o homem e a vítima estavam juntos havia 12 anos e, preliminarmente, não há relatos de que a relação era marcada pela violência. “Estou ouvindo a filha dela, enteada dele, que se mostrou surpresa, assim como a comunidade. Nunca presenciaram ou identificaram qualquer problema com ele, mas foi indicada a questão da insanidade mental. Ele disse que estava com um problema espiritual. Sobre isso, a princípio, não podemos dizer nada. Precisaremos aguardar a conclusão da perícia”, afirmou.
Inicialmente, havia a suspeita de que a mulher havia sido morta a facadas. Após diligências na casa onde houve o assassinato, foi encontrado o martelo que está sendo apontado como a real arma do crime. “Trouxemos, mostramos e ele confirma que foi um martelo. Ele confessa o crime, atribuindo, no caso, a algo sobrenatural”, acrescentou a delegada, indicando ter sido informada pela população que, há um mês, a vítima e outras mulheres assistiram a uma palestra dela, ministrada numa escola no bairro da Charneca, acerca da violência contra a mulher. “Falamos sobre casos de violência doméstica e sobre como a mulher pode e deve denunciar. É um caso que nos comove”, relatou.
De janeiro a novembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), 268 homicídios de pessoas do sexo feminino foram registrados no Estado. Desses, 75 foram qualificados como feminicídio.
FolhaPE
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