MORO DIZ QUE MAIOR FRUSTRAÇÃO SERIA ‘TUDO O QUE FIZEMOS NÃO IR ADIANTE’
MORO REAFIRMOU QUE NÃO PRETENDE DISPUTAR QUALQUER CARGO PÚBLICO PORQUE ISSO COLOCARIA EM DÚVIDA TODO TRABALHO FEITO POR ELE FOTO: GIL FERREIRA/ ABR
ELE QUER O FIM COMPLETO DA PRERROGATIVA ATÉ PARA MAGISTRADOS
Ao participar de fórum realizado pela revista “Veja” em São Paulo, Moro defendeu o que chamou de “Plano Real contra a corrupção”, referindo-se, disse, a um plano considerado tanto pela direita quanto pela esquerda como bem-sucedido no enfrentamento da hiperinflação.
O juiz disse que é preciso ir além da redução do foro privilegiado e eliminar por completo essa prerrogativa, inclusive a magistrados. Afirmou também que é preciso criar bloqueios legislativos ao loteamento político das estatais, que levou às indicações políticas que permitiram desvios em empresas públicas como a Petrobras.
“O que se verifica é a quase completa omissão da classe política em promover medidas dessa espécie”, declarou. Segundo Moro, a atuação única do Judiciário é insuficiente para resolver o problema e considerou ser uma grande responsabilidade colocar nas costas da Lava Jato a tarefa de reduzir a corrupção no Brasil. “Eu tinha a expectativa de que o tratamento (dos escândalos de corrupção) não ficasse restrito a cortes da Justiça”, disse.
Moro avaliou que as eleições do ano que vem serão uma oportunidade de mudança na política e considerou que, ainda que as agendas econômica e social sejam importantes, o combate à corrupção precisa estar no centro do debate. Disse ter curiosidade sobre o que pensam os potenciais candidatos a respeito do foro privilegiado e do loteamento das estatais. “É preciso que quem postule tenha respostas a essas questões”.
Moro reafirmou que não pretende disputar qualquer cargo público porque isso colocaria em dúvida todo trabalho feito por ele até o momento. Disse que uma candidatura seria inapropriada neste momento e que também não vê essa possibilidade ocorrer no futuro.
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