TROFÉU GENA

Em tom melancólico, Náutico e Santa Cruz decidem Troféu Gena e futuro no Brasileirão

No clássico do primeiro turno, na Arena, Náutico e Santa Cruz ficaram num empate em 0 a 0

Resultado do jogo será decisivo na briga dos times contra o rebaixamento

O ano de 2017 começou emblemático para Náutico e Santa Cruz. Afinal, a rivalidade completou 100 anos. Dentro de campo, porém, após cada encontro entre as equipes, o clima de decepção tomou conta dos dois lados. Poucas vitórias. Sem títulos. Sem rumo. No capítulo final deste aniversário, a ser disputado no Arruda, no próximo sábado, o destino trouxe ares de melancolia à disputa do Troféu Gena - uma homenagem da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) ao duelo. Os dois times fazem do Clássico das Emoções a possibilidade de ainda manter viva a esperança de escapar da Série C. Mas o pior também pode acontecer: um empate faz com que “morram abraçados”.

A seis rodadas do fim da Série B, a situação dos dois times na tabela de classificação é bastante delicada. Com 32 pontos, Santa Cruz está a seis da primeira equipe fora da zona de rebaixamento, hoje o CRB. O Náutico, logo atrás, ainda mais afundado, com 28, está a dez de distância. O empate em 0 a 0 com o Luverdense, em casa, foi desastroso para a equipe coral, que vem de um retrospecto terrível na competição - conquistou apenas uma vitória nos últimos 17 jogos.

O resultado final do clássico de sábado, provavelmente, será uma sentença sobre o destino dos clubes. Por isso, o jogo está sendo encarado como uma decisão pelos dois lados. A última esperança. "A gente vem tendo vários jogos com caráter de decisão. Quando você não consegue os três pontos, joga a pressão para o jogo seguinte. O Náutico é mais um jogo desse. Principalmente por se tratar de um clássico na nossa casa. Dentro da questão dos cálculos para o campeonato, essa vitória é fundamental. O clássico por si só já é um jogo mais especial. E para a gente é mais uma partida fundamental e com caráter de decisão", afirmou o técnico do Santa Cruz, Marcelo Martelotte.

As chances do Náutico são ainda menores que as do Santa Cruz. Ainda assim, os alvirrubros ainda creem numa reviravolta final, que seria histórica. Dos seis jogos restantes, o Timbu teria que vencer pelo menos cinco para sonhar com a permanência na Série B - de acordo com o site Chance de Gol, com 43 pontos, um time tem 50% de probabilidade de ficar na Segundona. 

Entre os alvirrubros, impera o pensamento de que “enquanto houver chance, haverá esperança”. Quanto ao clássico, é encarado como “motivador” e até “divisor de águas”, como ressaltou o atacante William."É o divisor de águas. Enquanto eu tiver 1% de esperança, eu corro atrás dele. Porque pode virar 100% lá na frente. A partir do momento em que não der mais, não tem como. Mas enquanto houver esperança a gente vai fazer de tudo para brigar e sair dessa zona de desconforto", afirmou o centroavante, que disputará o seu primeiro clássico em Pernambuco.

Jogos disputados em 2017

29/01 – Náutico 1 x 1 Santa Cruz, Estadual (Arena, 4.622 pessoas)

04/02 – Santa Cruz 1 x 0 Náutico, Nordestão (Arruda, 5.086)

12/03 – Náutico 1 x 0 Santa Cruz, Nordestão (Arena, 6.692)

10/04 – Santa Cruz 1 x 2 Náutico, Estadual (Arruda, 5.055)

06/05 – Náutico 1 x 2 Santa Cruz, Estadual (Arena, 2.592)

18/05 – Santa Cruz 1 x 1 Náutico, Estadual (Arruda, 3.387)

15/07 – Náutico 0 x 0 Santa Cruz, Série B (Arena, 13.450)

Média de público: 5.840

Classificação após 7 clássicos

Náutico – 9 pontos; 2 vitórias, 3 empates e 2 derrotas; 6 GP/6 GC; 1 vermelho

Santa – 9 pontos; 2 vitórias, 3 empates e 2 derrotas; 6 GP/6 GC; 1 vermelho

Critérios de desempate

Com os dois times rigorosamente empatados, quem ganhar a oitava partida, leva o Troféu Gena. Em caso de empate, são dois caminhos. Como o saldo de gols está igual, na prática, vale o número de expulsões. Hoje, também idêntico, com Luís Eduardo (alvirrubro) e Jaime (tricolor) expulsos logo no primeiro clássico, em janeiro. E se houver empate pela quarta vez e nenhuma expulsão? Terá um sorteio às 16h30 do dia 6 de novembro, uma segunda-feira, na sede da FPF

Diario de Pernambuco