Martelotte mira conquistar confiança do elenco para volta por cima do Santa Cruz na Série B
Martelotte: "Entendendo que o Santa tem no elenco qualidade para estar em uma colocação melhor"
Na passagem mais difícil pelo Arruda, técnico coral espera aplicar mudanças nos 12 dias que terá de treinamentos até o jogo de estreia dele
O técnico Marcelo Martelotte começou a trabalhar cedo nesta terça-feira. Seu primeiro dia no Arruda foi iniciado nos vestiários e lá ele conversou com o elenco coral. Mais tarde, antes do segundo treino do dia, recebeu a imprensa na sua apresentação oficial e falou sobre as metas para sua terceira passagem como técnico do Santa Cruz.
Sua principal missão é tirar o clube da zona de rebaixamento, mas ele passou por vários pontos que culminarão nessa mudança. Mudar a confiança do elenco, superar as adversidades financeiras e trazer reforços foram algumas da alternativas que o técnico elegeu para que as mudanças realmente ocorram no Arruda.
Confira os principais tópicos da apresentação de Martelotte
Comparação com outras passagens
"Eu já falei aqui que é a quinta vez que estou passando entre jogador e técnico e se pudesse comparar esse período compararia com a passagem de 1993, quando vim com um contrato de três meses. O clube não vinha bem e conseguimos fazer um bom segundo turno e conquistamos o título. O desafio é muito parecido. Reverter uma situação em pouco tempo. Mas embasado na qualidade do grupo e do elenco, entendendo que o Santa Cruz tem dentro do seu elenco qualidade para estar em uma colocação bem melhor. É um desafio para ontem. Eu vejo de uma forma bem possível.
Passagem mais difícil no comando do Santa Cruz
No futebol as coisas não se repetem e é difícil você fazer alguma coisa igual. Lógico que ganhamos experiência a cada trabalho e você não consegue trazer semelhanças de um momento para o outro. Não é como se fosse um começo de temporada, com pré-temporada, ou quando conseguimos o acesso e tivemos mais tempo e tivemos mais contratações. Agora é mais difícil contratar e temos pouco tempo. Precisamos elevar nosso nível de atuação para melhorar nosso nível de resultados.
Motivação para voltar para o Santa Cruz
Eu sempre tive muita motivação para trabalhar no Santa Cruz. Independentemente de situação, de competição. Não me importa se o Santa Cruz está na zona de rebaixamento. Se levasse isso em conta não teria assumido o time em 2015. Sempre acreditei na qualidade desse grupo e ela não reflete a sua colocação. Conversei com o grupo e a missão é procurar uma posição na tabela que seja mais aceitável.
Problema financeiros
Mais uma vez, vou relembrar as passagens anteriores e nunca vi para o Santa Cruz com a situação financeira favorável. É lógico que a gente tem uma promessa de que se vai correr atrás para resolver essa situação, mas são situações paralelas. O meu trabalho é aqui no vestiário, é no campo, no treinamento, na parte técnica e na parte tática. Por ter passado aqui outras vezes, eu vou fazer o que puder para ajudar nessa situação que é lógico que incomoda. O jogador lógico que queria estar mais tranquilo em relação a isso.
Proposta antes de Givanildo assumir
O que eu posso garantir é que em nenhum momento deste ano teve algum contato para eu voltar ao Santa Cruz. Também não houve nenhuma condição colocada para que eu viesse. Essa condição (de pagar os salários) é óbvio que esperamos que seja sanada, mas vamos passar por cima disso para chegar a condição que a gente almeja no fim do campeonato.
Reforços
Estamos analisando com a comissão técnica e o trabalho nos dará tempo para avaliar melhor o que temos. Vamos analisar porque temos uma limitação de contratação neste momento por conta do regulamento. O regulamento limita várias situações. Essa limitação de inscrições deixa tudo mais difícil. Dentro dessas dificuldades iremos buscar melhorar o nosso elenco nas nossas necessidades.
Mudança na confiança do grupo
Tudo está interligado e quando você tem uma sequeñcia negativa, ou positiva, isso passa por confiança. A Série B tem um nível média entre as equipes, tirando o Internacional, e isso tem um certo equilíbrio. Quando você ver o Inter vencer cinco jogos ou o Santa Cruz perder seis jogos, tudo isso passa pela confiança. Faltou confiança. Falta você ter tranquilidade para executar a sua qualidade. Nossa conversa hoje passou muito por isso para que essa confiança seja retomada. Para a nossa sorte teremos um tempo bom até a próxima partida e acredito que quando conseguirmos reverter essa sequência de derrotas, que espero que seja já no próximo jogo, iremos entrar em uma elevação desse nível de confiança.
Utilização da base
Os meninos fazem parte do grupo e já temos de uma maneira efetiva jogadores que eu conheço como Nininho, Marcílio, Wellington Cezar e Williams Luz. Mas como eu costumo dizer, não só eu, esses momentos complicados precisam de experiência. O momento de hoje é de pressão e é preciso experiência. A diferença é que esses jogadores que eu citei têm experiência para isso.
Acesso
Eu acredito (no acesso) sempre. Ele só está longe. Ele só não é o primeiro objetivo. Se eu falasse que vim pelo acesso estaria mentindo, mas se falasse que não penso nele, também estaria mentindo. De vez em quando, eu penso nele. Se estiver mais próximo, lá na frente, eu pensarei mais. Temos objetivos mais imediatos e nesses objetivos o acesso não passa ainda.
Mudanças no elenco
Essas mudanças passam muito pela situação do clube. Lógico que se o time estivesse em uma situação melhor de tabela, alguns jogadores não teriam sido contratados, os técnicos não teriam sido mudados. Sempre é a busca por uma mudança de um momento que faz essas mudanças todas. O objetivo sempre é ter um planejamento e levá-lo até o final.
Aprovação da torcida: confiança ou pressão?
Essa confiança da torcida existe pelo o que eu fiz no passado. Pelo o que conquistamos aqui. Essa minha história dentro do clube talvez ajude o torcedor de volta. O que a gente conquistou até hoje já ficou e tenho que provar sempre. Lógico que traz uma responsabilidade grande, mas ela vai ser compartilhada com todos que fazem o futebol do Santa Cruz.
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