Em jogo emocionante, São Paulo vira sobre o Botafogo e sai da zona de rebaixamento
Capitão logo na estreia, Hernanes marcou o terceiro gol do São Paulo no Nilton Santos
Tricolor venceu a partida por 4 a 3, no estádio Nilton Santos
O São Paulo venceu aquele que lá na frente poderá ser lembrado como o marco para a retomada da equipe no Campeonato Brasileiro. Na tarde desse sábado, o Tricolor do Morumbi visitou o Botafogo no estádio Nilton Santos e, depois de sair na frente, levou a virada, desperdiçou um pênalti, viu os donos da casa abrirem ainda mais vantagem e, quando tudo parecia perdido, chegou à vitória com a segunda virada do confronto, graças a três gols de estreantes após os 38 minutos do segundo tempo. No fim, 4 a 3 e muita festa tricolor com o primeiro triunfo longe de seus domínios na competição.
Hernanes fez uma reestreia discreta, mas marcou o gol do 3 a 3 já aos 40 do segundo tempo. Marcos Guilherme, no entanto, foi o nome do jogo. Em sua primeira atuação pelo clube, o meia entrou no segundo tempo e anotou dois gols, inclusive o da vitória, aos 46. Cueva poderia terminar a partida como vilão pelo pênalti desperdiçado em um momento crucial, porém, abriu o placar e foi responsável pela assistência do gol derradeiro.
Os três pontos tiram o São Paulo da zona de rebaixamento, pelo menos de forma provisória. Agora com 19 pontos, o time de Dorival Júnior ocupa momentaneamente a 15ª colocação e precisa secar Avaí, Atlético-PR e Coritiba para não retornar ao Z4 ao fim da 17ª rodada. Já o Glorioso, que viu sua série de sete jogos invicto ser interrompida, perdeu a chance de entrar no G6, estacionou nos 24 pontos e, até o fim da rodada, pode cair de sua 7ª colocação.
Dono da braçadeira de capitão, Hernanes logo acabou com as dúvidas sobre seu posicionamento em campo. Mais centralizado, o camisa 15 deu liberdade para Cueva flutuar e abrir pelas pontas. Apesar do ganho em criatividade no meio-campo, o São Paulo não conseguiu se impor para cima do Botafogo nos primeiros minutos. Mesmo assim, o confronto em terras cariocas começou apenas morno.
Mas, quando os donos da casa acenavam com uma pressão no ataque, um lance inusitado mudou o panorama da partida. Cueva infiltrou na área em jogada individual. João Paulo tomou a frente do peruano e quis fazer a proteção para Gatito pegar a bola. Os dois botafoguenses, no entanto, bateram cabeça e o camisa 10 do São Paulo ficou com o gol vazio. Aí foi só correr para o abraço.
Os cerca de 2 mil torcedores são-paulinos faziam a festa atrás do gol quando o jogo foi reiniciado e, em menos de um minuto, o Botafogo chegou ao empate. Pimpão dominou na esquerda e rolou para Marcos Vinicius, que bateu por baixo e viu a bola tocar na trave antes de entrar.
Não bastasse o balde de água fria para a equipe de Dorival Júnior, aos 25, o mesmo Marcos Vinicius, que ainda não havia marcado nesse Brasileirão, arriscou de longe. Dessa vez Renan se destacou por uma falha clamorosa. O goleiro tricolor calculou mal o quique da bola no gramado e o Glorioso chegou à virada.
Hernanes, até então sumido no jogo, ainda teve uma grande oportunidade ao receber cruzamento na área. Apesar da liberdade, o estreante furou o movimento. E foi só na primeira etapa.
Com a necessidade de correr atrás do resultado, o São Paulo, mesmo sem mudanças, iniciou a etapa final encurralando o Botafogo, mas sem conseguir criar uma chance clara de gol. Por isso, Dorival resolveu arriscar. Promoveu a estreia de Marcos Guilherme e também apostou em Wellington Nem. Petros e Marcinho foram sacados.
Logo na sequência das alterações, Nem recebeu lançamento e caiu na área após disputa com Carli. Apesar de não ter sido tocado, o são-paulino conseguiu a penalidade a seu favor. Era a grande chance do São Paulo, mas Cueva bateu fraco, rasteiro. Gatito acertou o canto e manteve o Botafogo em vantagem.
E quem não faz, toma. O castigo tricolor veio na sequência. Apenas um minuto depois de ter desperdiçado o pênalti, o São Paulo não conseguiu frear Luis Ricardo pela ponta esquerda de defesa. O lateral cruzou para trás e Guilherme, que também havia entrado há pouco, pegou de primeira e estufou as redes, levando assim o Nilton Santos ao delírio.
Apesar da frustração, o São Paulo ainda foi à luta. Aos 38, Jucilei desviou a bola de cabeça após cobrança de escanteio e Marcos Guilherme escorou para o gol logo em seu primeiro jogo com a camisa do tricolor.
E o improvável aconteceu apenas dois minutos depois. Pressão do São Paulo, bola alçada na área, Hernanes toca de cabeça, Cueva erra a finalização e a bola se oferece ao Profeta novamente. Na primeira, a defesa barrou, na segunda tentativa, de pé esquerdo, Hernanes não perdoou e cravou o empate no placar.
E a reação não parou por aí. Aos 46 minutos, Cueva percebeu a movimentação de Marcos Guilherme e fez um lindo lançamento. O meia ficou cara a cara com Gatito e bateu firme, no canto. Gol, virada e muita festa dos são-paulinos no Nilton Santos. Veio o apito afinal e, enfim, o Tricolor Paulista pôde comemorar sua primeira vitória fora de casa no Campeonato Brasileiro.
Embalado, o São Paulo tem tudo para encarar o Coritiba na próxima quinta com o Morumbi lotado, a partir das 19h30. De novo em casa, o Botafogo terá o Palmeiras pela frente um dia antes, às 21h45.
BOTAFOGO 3 X 4 SÃO PAULO
Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 29 de julho de 2017, sábado
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Assistentes: Bruno Raphael Pires e Leone Carvalho Rocha (ambos de GO)
Público: 17.139 torcedores
Renda: R$ 528.120,00
Cartão amarelo: SÃO PAULO: Petros
GOLS:
BOTAFOGO: Marcos Vinícius, aos 18 e aos 25 minutos do 1T. Guilherme, aos 23 minutos do 2T.
SÃO PAULO: Cueva, aos 17 minutos do 1T. Marcos Guilherme, aos 38 e aos 46, e Hernanes, aos 40 minutos do 2T.
BOTAFOGO: Gatito Fernandez, Luís Ricardo, Joel Carli, Igor Rabello e Victor Luís (Victor Lindenberg); Rodrigo Lindoso, Matheus Fernandes, Marcos Vinícius (Guilherme) e João Paulo; Rodrigo Pimpão e Roger (Brenner)
Técnico: Jair Ventura
SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Bruno, Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei e Petros (Marcos Guilherme); Marcinho (Wellington Nem), Hernanes e Cueva; Lucas Pratto (Gilberto)
Técnico: Dorival Júnior