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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

OPERAÇÃO LAVA JATO - CONFIRMANDO PAGAMENTO DE PROPINA

DONO DA UTC CONFIRMA PROPINA A DIRETORES DA PETROBRAS E AO PT
RICARDO PESSOA CONFIRMOU AO JUIZ SÉRGIO MORO QUE PAGOU PROPINA ENTRE 2004 E 2012 EM CONTRATOS DA PETROBRAS COM A UTC (FOTO: MARCOS BEZERRA/ESTADÃO CONTEÚDO)

RICARDO PESSOA DEPÔS COMO TESTEMUNHA E NEGOU CONTATO COM PALOCCI

O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, confirmou ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, que pagou propina entre 2004 e 2012 em contratos da Petrobras com a UTC. As vantagens indevidas eram repassadas às diretorias de Serviços e de Abastecimento da estatal. Ele afirmou também que pagou, por meio de João Vaccari Neto, propina ao Partido dos Trabalhadores (PT), mas negou que tenha tratado com Palocci do pagamento dessas vantagens indevidas à legenda.
Moro começou a ouvir nesta quarta-feira, 1º, as testemunhas de acusação em um processo da 35ª fase que envolve o ex-ministro Antônio Palocci o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas. Eles são acusados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Além de Pessoa, o empresário Vinícius Veiga Borin também prestou depoimento.
Apontado como operador de offshores do chamado “Departamento da Propina” da Odebrecht, Vinícius Borin reafirmou que operava duas contas em que o beneficiário no papel seria Olívio Rodrigues Junior, mas na realidade era a empreiteira quem recebia os recursos. De acordo com Borin, que era sócio de uma consultora e representava bancos estrangeiros no Brasil, Olívio comandava os pagamentos e a movimentação nas contas a mando da Odebrecht.
Para o advogado de Palocci e do assessor de Branislav Kontic, José Roberto Batochio, a audiência foi positiva para a defesa. "Os dois não foram citados nos depoimentos. Ninguém tratou de qualquer assunto ilítico com eles. Da sorte que a defesa não poderia esperar uma audiência melhor", disse.
Questionado sobre as conclusões dos investigadores de que Palocci seria o “italiano” - nome que aparece na planilha da Odebrecht – o advogado rebateu: “ontem me chegou às mãos um relatório da Polícia Federal no processo do Guido Mantega, em que em 80 páginas, a Polícia Federal escreve pelo menos 20 vezes que o 'italiano' é um senhor chamado Vitor Sandrí. Quem diz isso é a Polícia Federal nesse relatório. Então estou com a Polícia Federal, quando ela diz que o 'italiano' não é o Palocci”, afirmou.
De acordo o MPF, Palocci e a construtora Odebrecht teriam estabelecido um “amplo e permanente esquema de corrupção” entre 2006 e 2015. O esquema envolveria o pagamento de propina ao PT. Os procuradores afirmam que o ex-ministro teria atuado de modo a garantir que a empreiteira vencesse licitação da Petrobras para a contratação de 21 sondas.

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