DONO DA UTC CONFIRMA PROPINA A DIRETORES DA PETROBRAS E AO PT
RICARDO PESSOA CONFIRMOU AO JUIZ SÉRGIO MORO QUE PAGOU PROPINA ENTRE 2004 E 2012 EM CONTRATOS DA PETROBRAS COM A UTC (FOTO: MARCOS BEZERRA/ESTADÃO CONTEÚDO)
RICARDO PESSOA DEPÔS COMO TESTEMUNHA E NEGOU CONTATO COM PALOCCI
Moro começou a ouvir nesta quarta-feira, 1º, as testemunhas de acusação em um processo da 35ª fase que envolve o ex-ministro Antônio Palocci o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas. Eles são acusados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Além de Pessoa, o empresário Vinícius Veiga Borin também prestou depoimento.
Apontado como operador de offshores do chamado “Departamento da Propina” da Odebrecht, Vinícius Borin reafirmou que operava duas contas em que o beneficiário no papel seria Olívio Rodrigues Junior, mas na realidade era a empreiteira quem recebia os recursos. De acordo com Borin, que era sócio de uma consultora e representava bancos estrangeiros no Brasil, Olívio comandava os pagamentos e a movimentação nas contas a mando da Odebrecht.
Para o advogado de Palocci e do assessor de Branislav Kontic, José Roberto Batochio, a audiência foi positiva para a defesa. "Os dois não foram citados nos depoimentos. Ninguém tratou de qualquer assunto ilítico com eles. Da sorte que a defesa não poderia esperar uma audiência melhor", disse.
Questionado sobre as conclusões dos investigadores de que Palocci seria o “italiano” - nome que aparece na planilha da Odebrecht – o advogado rebateu: “ontem me chegou às mãos um relatório da Polícia Federal no processo do Guido Mantega, em que em 80 páginas, a Polícia Federal escreve pelo menos 20 vezes que o 'italiano' é um senhor chamado Vitor Sandrí. Quem diz isso é a Polícia Federal nesse relatório. Então estou com a Polícia Federal, quando ela diz que o 'italiano' não é o Palocci”, afirmou.
De acordo o MPF, Palocci e a construtora Odebrecht teriam estabelecido um “amplo e permanente esquema de corrupção” entre 2006 e 2015. O esquema envolveria o pagamento de propina ao PT. Os procuradores afirmam que o ex-ministro teria atuado de modo a garantir que a empreiteira vencesse licitação da Petrobras para a contratação de 21 sondas.
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