Chacina: AM rebate ministro; há conivência federal
O governo do Amazonas rebateu na tarde desta quarta-feira (4) críticas feitas pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, feitas sobre a crise carcerária em Manaus. Segundo o governo amazonense, o governo federal compartilha de informações e participa de discussões sobre segurança pública no Estado.
Pela manhã, Moraes declarou em Brasília que o governo do Amazonas tinha informações sobre planos de fugas e que essas informações não foram compartilhadas com a União. Segundo ele, o governo federal poderia ter auxiliado com o envio de tropas da Força Nacional, por exemplo.
Mas, de acordo com o governo amazonense, desde outubro de 2016 o Estado mantém um Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública, com representantes estaduais e federais. Entre as entidades presentes no comitê, segundo o governo do Amazonas, estão a Polícia Federal, as Forças Armadas, a Polícia Rodoviária Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), todas essas entidades federais.
"Ameaças de fugas e rebeliões são detectadas constantemente pelos órgãos de inteligência e do Sistema de Segurança Pública e sempre foram tomadas as providências necessárias. Em função delas que montamos um comitê em outubro", declarou o secretário Estadual de Segurança Pública, Sérgio Fontes.
Para o secretário, planos e estratégias desenvolvidos pelo comitê foram responsáveis por uma "resposta rápida" ao motim que matou 56 detentos. "Graças ao comitê salvamos todos os reféns", disse Fontes.
Nesta quarta-feira, o governo estadual ainda manteve em 184 o número de presos foragidos durante a rebelião, seguida de confronto entre facções criminosas rivais. Mais cedo, o ministro da Justiça de Temer havia afirmado que esse número ultrapassava os 200 presos.
Para o governo do Amazonas, o massacre ocorrido no Estado não tinha a pretensão de ser apenas uma fuga, mas sim a "execução" de rivais, o que dificultaria a ação do Estado. Ainda assim, o Estado diz que apurará "supostas falhas" no sistema carcerário.
Folha de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário