Asneiras
Como aceitar que o ministro da Justiça despeje impunemente sobre a nação o maior monte de asneiras jamais pronunciado desde a posse do presidente Michel Temer?
Na semana que passou o jurista Alexandre Morais declarou que “a situação não saiu do controle”; “nos presídios do Norte houve apenas um acerto de contas”; “não foi retaliação”; “não há guerra entre as facções de criminosos”…
Em Manaus, Boa Vista e outras cidades da região jogou-se futebol com cabeças degoladas, assassinaram centenas de presos com requintes de crueldade, arrancaram pernas e braços, furaram olhos e queimaram corpos de grupos adversos.
O que está sob controle, exceção da fúria de animais empenhados em destruir seus semelhantes numa guerra sequer registrada na pré-história?
Importa menos se foi o PCC, o CV ou a Família, pois todas as quadrilhas dedicaram-se a essas práticas, de acordo com o domínio eventual de estabelecimentos penais e a complacência das autoridades encarregadas de vigiá-las. Todo mundo massacra todo mundo nas cadeias do país inteiro, porque a animalidade não se limita ao Amazonas ou a Roraima, mas a todo o território nacional. Imagens de tantas barbaridades ganham o planeta e são tidas como simples acerto de contas. Muitos conseguiram fugir e encontram-se nas ruas, assombrando o cidadão comum.
Breve a equação se ampliará, ou seja, os animais assumirão o controle não só das penitenciárias, que já controlam, mas das ruas de qualquer cidade.
A solução do governo é construir, por centenas de milhões de reais, mais penitenciárias ditas de segurança máxima. Apenas para dar melhores condições aos bandidos se organizarem e estenderem as matanças. E entregando ao capital privado a gestão dessas universidades do crime, financiadas por quem paga impostos.
Nos idos da ditadura militar, as forças armadas caçavam, na floresta e nos grandes centros, quantos se propunham a mudar pelas armas ou pela palavra o regime então vigente. Quase não escapou ninguém, menos os que conseguiram exilar-se. Não seria o caso de repetir a operação, mesmo contra os animais a serviço do crime organizado, como agora. Enjaulá-los sem contemplação tornou-se missão impossível, mas extingui-los ofende os padrões da civilização, a menos que se adote a pena de morte. Já. Para eles e para os dirigentes do tráfico de drogas, a mola propulsora de tudo o que vai acontecendo.
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