Impopular, Temer terá 2017 penoso
Tempestiva a exibição nos cinemas brasileiros da trilogia "Mil e Uma Noites", do português Miguel Gomes. O filme trata dos impactos de uma crise econômica naquele país e o arrocho conseguinte.
Absorve a estrutura do livro homônimo e a protagonista Sherazade, que mescla realidade e ficção nas histórias que usa para evitar a decapitação pelo rei Shariar, facínora após uma traição.
O presidente Michel Temer, se completar o mandato, terá pouco menos de mil noites. Impopular, está sob pressão de aliados (dispõe de cargos e emendas, mas há menos moedas pós-Lava Jato), manifestantes, aposentados, empresários, governadores, servidores, desempregados e investigadores.
Há balões de ensaio diários, vitórias no Congresso e equilíbrio frágil de anúncios e recuos. A reforma trabalhista aparece de tempos em tempos. O tamanho da jornada de trabalho já mudou tanto que chegou às 220 horas sem mudança na lei, pois já vigorava. Há uma sorte de "governo estuda". Os habituais bodes seguem até serem ofertados em trocas.
A economia demora a reagir. Decapitadores se assomam e não há histórias para todos. 2017 será penoso à noite.
Folha de S.Paulo - Matheus Magenta
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