Governadores investigados por “farra das passagens”
Após denunciar 443 ex-deputados federais pelo escândalo conhecido como "farra das passagens aéreas", ocorrido na Câmara entre 2007 e 2009, o Ministério Público Federal encaminhou as suspeitas contra quatro governadores ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que tem atribuição legal para investigá-los.
São eles: o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), e de Roraima, Suely Campos (PP). Todos eram deputados no período investigado.
O Ministério Público Federal não informou, nesses casos, quanto cada um gastou nem quem foram os beneficiários das viagens.
Cópia da investigação também foi remetida ao STF (Supremo Tribunal Federal) para analisar a abertura de inquérito contra outras 215 pessoas que têm foro perante a corte –deputados, senadores, ministros do TCU e do governo Michel Temer (PMDB).
Os ministros são Eliseu Padilha (Casa Civil), Maurício Quintella (Transportes), Fernando Coelho (Minas e Energia), Mendonça Filho (Educação), Raul Jungmann (Defesa), Bruno Araújo (Cidades) e Leonardo Picciani (Esportes).
São todos suspeitos de emitir bilhetes aéreos pagos pela Câmara em favor de terceiros, como familiares ou amigos. De acordo com o Ministério Público Federal, a cota deveria ser empregada exclusivamente no exercício da atividade parlamentar.
Os 443 ex-deputados já denunciados ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) causaram prejuízo à Câmara de R$ 25,5 milhões bancando viagens para outras pessoas, segundo a Procuradoria Regional da República, responsável pela denúncia.
Em valores atualizados (de fevereiro de 2009 a setembro deste ano, pelo INPC), os gastos supostamente irregulares chegaram a R$ 42 milhões.
RANKING
Entre os já denunciados ao TRF-1 que mais distribuíram passagens para terceiros está Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-deputado e ex-ministro dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer.
Folha de S.Paulo – Reynaldo Turollo JR e Paula Reverbel
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