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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

SPORT - SEM CLIMA PRA JOGAR

Abatido com tragédia da Chape, Apodi afirma não ter clima para última rodada do Brasileiro

"Até agora, não sei se inconscientemente, ainda não quero acreditar", lamentou Apodi, ex-Chapecoense

Lateral direito atuou no clube catarinense no ano passado e era amigo de muitos jogadores que morreram no desastre aéreo ocorrido na Colômbia


No retorno aos trabalhos do elenco do Sport, um dia após a queda do avião da Chapecoense, que deixou 71 pessoas mortas e outras seis feridas, o clima foi de consternação. E um dos visivelmente mais abatidos era o lateral direito Apodi. Afinal, o jogador atuou toda a temporada passada no clube catarinense, onde disputou 53 partidas, e conhecia muito das vítimas. De atletas a dirigentes, passando por roupeiros e outros membros da comissão técnica. Criou assim vínculo com a cidade e as pessoas. E por isso, para o lateral, a rodada final do Campeonato Brasileiro, remarcada para o dia 11, será apenas uma obrigação profissional. Segundo Apodi, não há mais clima para entrar em campo em 2016.

"Tinha muitos amigos lá, um grupo sensacional, do qual conhecia 80% das pessoas. Tinha amigos de verdade. Daqueles que você sai para jantar com as esposas. Perdi pessoas queridas, meu parceiro e irmão Gil (meia), o Ananias (atacante) com quem joguei na base em 2002, o Thiego (zagueiro), o Neto que graças a Deus está vivo e lutando porque é um guerreiro. Falei com o Gil antes do jogo contra o Palmeiras (no último domingo). O que eu posso falar agora é força. Força Chapecoense, força para as famílias. Estou junto com todos eles e sinto tanto quanto eles. Todos eram meus irmãos", afirmou emocionado o lateral, que soube da tragédia ainda na madrugada da terça-feira.

"Recebi a ligação do meu cunhado que mora em Chapecó e eu não acreditei no que estava acontecendo. Liguei a televisão e procurei informações na internet. Até agora, não sei se inconscientemente, ainda não quero acreditar", lamentou. 

Os próximos dias ainda serão difíceis para Apodi, que pretende participar do velório coletivo dos seus amigos, na Arena Condá, em Chapecó, ainda sem data confirmada. Ao mesmo tempo, o jogador sabe que, aos poucos, a vida vai ter que tentar voltar ao normal. O Sport tem um jogo decisivo na última rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Figueirense, na Ilha do Retiro, no qual precisará da vitória para carimbar a permanência na Série A do próximo ano. Para isso, o lateral ressaltou que vai precisar deixar a emoção um pouco de lado. 

"Clima (para a última rodada) não existe, mas é o trabalho e o que tem que ser feito. A gente sabe que isso não vai mudar, então nesse momento temos que tirar um pouco desse peso. Da parte humana do sentimento e fazer o trabalho que tem que ser feito. Vai ser difícil para todo mundo que está envolvido com o futebol, não só para mim ou outros jogadores que passaram pela Chapecoense. Se fosse possível acho que ninguém queria entrar em campo. Mas é o nosso trabalho e temos que cumprir. Uma hora vai ser preciso desligar a chave e fazer o que tem que ser feito", destacou.


Diario de Pernambuco

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