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terça-feira, 8 de novembro de 2016

NÁUTICO - CONTINUA AFASTADO

De licença há seis meses, Marcos Freitas segue sem previsão de volta à presidência do Náutico

"Ele não teve mais nenhum problema de saúde, mas tivemos que afastá-lo do clube", disse o filho de Freitas


Quadro de saúde do mandatário, de 65 anos, é estável, mas família optou por blindá-lo para evitar novas complicações; estatuto do clube não prevê substituição


No dia 13 de dezembro de 2015, Marcos Freitas era eleito presidente do Clube Náutico Capibaribe na eleição mais acirrada da história do clube. Venceu Edno Melo por apenas 10 votos e sabia que tinha grande desafios a partir dali. Seu discurso sempre foi de união dentro do clube e o empresário se dedicou de corpo e alma. O problema é que assumir tantas responsabilidades e uni-las com as que já tem na vida cobrou seu preço. Do corpo, especificamente.

No dia 16 de maio, o presidente em exercício pediu licença do cargo. Os problemas de saúde o tiraram de cena. A rotina dentro do Náutico, que deveria ser das 14h às 19h, se desenhou de outra forma. Na verdade o empresário só saía da sede na Avenida Rosa e Silva após às 23h. Além da carga de trabalho, a necessidade de tomar decisões o desgastaram de tal modo que precisou ser atendido várias vezes com a pressão arterial alterada. O mandatário tem 65 anos e já sofria com a hipertensão antes de assumir o posto de presidente. A única solução foi descansar e deixar que seus partidários cuidassem do clube.

A primeira medida da família foi blindar Freitas. Nada de celular ou grupos de whatsapp. Falar com o presidente hoje é algo impossível e seu porta voz tem sido o filho Pietro, de 35 anos. Em contato com o pai todos os dias na empresa da família, ele esclareceu que está tudo bem com o empresário.

“Hoje meu pai está recuperado e passa bem. Não teve mais nenhum problema de saúde, mas tivemos que afastá-lo do clube. Ele estava chegando todo dia depois das 23h e ele não é mais nenhum menino. Ele assumiu a missão com muita responsabilidade”, explicou Pietro que descartou qualquer culpa do Náutico nos problemas de saúde do pai. “Não foi culpa do Náutico. Ele sabia onde estava entrando. Tem gente que assume com mais responsabilidade e outras sem. Foi consequência da rotina atribulada. O Náutico está com as contas em dia e acho que ele conseguiu trazer uma harmonia do ponto de vista financeiro e até político.”

Nestes quase seis meses que deixou o comando do Náutico, Marcos Freitas não se afastou 100%. Vez ou outra sabe o que está ocorrendo do ponto de vista financeiro, mas não se envolve com o futebol. Assistir aos jogos só em casa e às vezes escondido para não levar um puxão de orelha da esposa.

O retorno ao clube é uma incógnita neste momento. A família, preocupada com a saúde do presidente, prefere que ele siga afastado, mas respeita a decisão que ele tomar. “Era um sonho dele ser presidente, mas ele nunca se envolveu com o futebol. Sempre foi na organização. Não consigo imaginar ele muito longe. Tenho 35 anos e nunca o vi longe do Náutico. Organização é muito a cara dele e quem sabe ele pode voltar nessa função”, explicou Pietro.

Licença sem tempo determinado
Não existe qualquer regra no estatuto do Náutico segundo o presidente do Conselho Deliberativo Gustavo Ventura que exija um prazo para o retorno de Marcos Freitas ao comando do clube. Ventura afirmou que é estudada a criação no futuro de alguma regra deste tipo, mas não se preocupa com a situação do presidente afastado e lamenta a sua ausência do clube.

“Não há uma norma no estatuto que prescreva essa licença. O Conselho pensa em criar uma regra para todos os cargos importantes do clube, mas só pensamos. Não há nada disso no momento. Eu sinto a ausência dele porque ele fazia uma boa presidência e faz falta ao clube. A experiência empresarial e contábil dele é importante para o clube.”



Diario de Pernambuco

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