LÍDER DO PHS QUER VOTO NOMINAL E REAÇÃO POPULAR PELAS DEZ MEDIDAS
BASE DO GOVERNO TENTOU CONVENCER CARIMBÃO A VOTAR PELO CAIXA DOIS: "EU DISSE: ‘OXENTE, QUEREM FICAR NA OBSCURIDADE?'" (FOTO: LUIS MACEDO/CÂMARA)
CARIMBÃO VÊ GRANDE UNIÃO PARTIDÁRIA CONTRA COMBATE À CORRUPÇÃO
O líder do PHS na Câmara dos Deputados denunciou que a matéria seria votada sem ter o texto finalizado. E lamentou que apenas seu partido o PSOL, a Rede, PPS e o PTN defenderam efetivamente que a pressa das grandes siglas contaminasse a aprovação das Dez Medidas propostas no projeto de lei de iniciativa popular apoiado por 2,3 milhões de brasileiros.
Para o alagoano Carimbão, somente a pressão popular, aliada à votação nominal da matéria poderá dar à sociedade a segurança de que os posicionamentos de seus representantes na Câmara Federal atenderão aos objetivos de garantir um combate efetivo à corrupção no Brasil, em dar margem à atuação parlamentar na obscuridade.
“Espero que a sociedade se mobilize. Porque há todo um trabalho de um grupo para permanecer o caixa dois [sem ser criminalizado]. Há uma grande mobilização, agora não sei se seguram no voto nominal. Incluíram a não criminalização do caixa dois e não queriam votar nominalmente. Nosso grande trunfo foi pedir o voto nominal. E será o trunfo contra essa grande articulação para desfigurar o projeto”, disse Carimbão.
Governistas pressionaram
O deputado que também lidera a bancada católica disse ter resistido à abordagem da base governista de Michel Temer (PMDB) para que mudasse de ideia, ainda durante o debate desta quinta. Aos interlocutores do grupo que quer livrar o caixa dois da criminalização, Carimbão disse ter questionado o motivo de tentarem agir na obscuridade.
“Pessoal da base do governo me chamou e eu disse que não abro mão. Eu disse: ‘Oxente, e ninguém quer assumir sua posição não, é? Não têm coragem, não? Querem ficar na obscuridade, botam um partido como escudo, mas não bota seu dedo, a sua posição?’. Aí conseguimos barrar. Foram só 31 votos e o PHS foi o fiel da balança”, disse o deputado, ao narrar a batalha para o Diário do Poder.
Carimbão ainda observou a omissão de parlamentares que discordam da posição partidária pela modificação das Dez Medidas, mas são voto vencido. E atribui o adiamento da votação aos pedidos do PHS, da Rede, do PSOL, do PPS e do PTN. “Todos os outros partidos estão fechados para que o caixa dois continue a ser praticado”, concluiu.
Claudio Humberto
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