Resultados ajudam, mas Náutico dá vexame na Arena e perde chance de voltar à Série A
Timbu perde e amarga novamente o gosto do "quase", do que poderia ter sido e não foi
Timbu foi derrotado pelo Oeste por 2 a 0 diante de mais de 25 mil torcedores e, mesmo com o tropeço do Bahia, não conseguiu o acesso à elite nacional
Foi uma tarde de sofrimento para os torcedores do Náutico. Olhos vidrados na partida com o Oeste, e a simultânea preocupação com Atlético-GO x Bahia e Vasco x Ceará. Pareceu até que o Alvirrubro, ao menos, cumpriria o seu dever. Que a vitória sobre o modesto Oeste viria sem traumas. Obrigada a ganhar para não correr o risco de entrar no Z4, a equipe de Fernando Diniz viu a de Givanildo Oliveira tentando se impor antes mesmo do primeiro minuto. A torcida surfava na onda do time. A impressão era que o gol pernambucano sairia rápido por causa de tamanha volúpia e de um adversário recolhido no campo defensivo. Mas logo a empolgação inicial esfriou, os visitantes também conseguiram manter a posse de bola e tiveram duas chances claras para abrir o placar.
À medida que o tempo passava, a agonia dos alvirrubros ficava bem maior. Rony poderia ter inaugurado a contagem caso fosse mais preciso numa cabeçada bem defendida por Felipe Alves. A angústia aumentou mesmo quando o destino resolveu que, justamente, o ex-alvirrubro Pedro Carmona fosse o autor do primeiro gol do Oeste, aos 21 minutos do primeiro tempo. Gol massacrante. Silêncio na Arena, que se reacenderia pouco tempo depois com o gol do Ceará sobre o Vasco, no Maracanã.
A notícia vinda do Rio de Janeiro, no entanto, não fez o Náutico melhorar o seu rendimento. A ansiedade parecia atrapalhar cada jogador. Erros de passes se tornaram frequentes. Por vezes, o Timbu se atirava demais ao ataque e abria espaço para contra-golpes perigosos do Oeste. Um deles deu origem a um escanteio, que resultou no segundo gol do Rubrão, aos 39. Desta vez feito por Mike. Surgiram as primeiras vaias da torcida. A informação da vitória parcial do Bahia, minutos antes, em Goiás, deixou o ambiente ainda mais tenso. O empate do Atlético-GO na sequência abrandou o clima, mas nada que evitasse as contestações dos torcedores na ida do time aos vestiários.
Reverter o 2 a 0 era o mínimo que o Náutico poderia fazer na etapa final para manter viva a possibilidade de subir. A virada do Vasco em cima do Ceará nos primeiros minutos do segundo tempo foi que aconteceu. Um Timbu sem poder de reação diante de uma Arena de Pernambuco emudecia apontava já que o sonho do acesso estava perto do fim. Os alvirrubros foram para cima de um Oeste recuado. Só que não conseguiram finalizar.
GOL DO ATLÉTICO-GO E INVASÃO
O Atlético-GO fez 2 a 1 no Bahia. Combinado a uma vitória timbu, o resultado levaria o Náutico à Série A. Nada de esperança, entretanto. A notícia do gol goiano sequer empolgou os torcedores. Já era tarde demais. Muitos deles deixaram a Arena antes mesmo do apito final. Revoltados, outros invadiram o gramado antes de serem retirados pelo policiamento, paralisando a partida por cerca de 15 minutos. O duelo em Goiás acabou. Pressionado, o Alvirrubro não fez mais nada no jogo num estádio já não mais cheio.
Ficha do jogo
Náutico 0
Júlio César; Joazi, Rafael Pereira, Igor Rabello e Gaston; João Ananias, Rodrigo Souza, Marco Antônio (Jefferson Nem) e Vinícius (Léo Santos); Rony e Bergson (Esquerdinha). Técnico: Givanildo Oliveira.
Oeste 2
Felipe Alves; Marquinhos, Felipe Rodrigues (Velicka), Betinho e André ;Castro; Danielzinho, Crysan (Wellington), Léo Artur e Pedro Carmona; Mike e Marcus Vinícius (Francis). Técnico: Fernando Diniz.
Estádio: Arena de Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE). Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO). Assistentes:Guilherme Dias Camilo (Fifa-MG) e Bruno Boschilia (Fifa-PR). Gols: Pedro Carmona (21’ do 1T, Oeste), Mike (39’ do 1T, Oeste). Cartões amarelos: Marco Antônio e Rony (Náutico); Betinho, André Castro (Oeste). Público: 25.602. Renda: R$ 489.005,00
Diario de Pernambuco
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