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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O SAFADO DO ELEITOR

O desencanto do eleitor


O término do segundo turno das eleições municipais de 2016 explicitou um fenômeno estudado pela ciência pólítica: o desencantamento do eleitor.

A eleição demonstrou, na prática, uma rejeição dos eleitores com escândalos de corrupção na política, como mostrado, por exemplo, pela Operação Lava Jato e desdobramentos do escândalo do petrolão.

Além disso, a pregação do voto nulo em várias cidades acabou acentuando esse fenômeno do chamado "não voto", que é a soma das abstenções, dos votos nulos e em branco. O número chegou a quase um terço do eleitorado nacional neste domingo.

Em várias cidades, eleitores não se sentiram representados pelos candidatos no segundo turno, o que acabou aumentando o "não voto". 

Na prática, o Brasil já começa a experimentar, de forma indireta, o voto facultativo. O número expressivo de abstenções que vem crescendo a cada eleição, mostra que o eleitor brasileiro tem colocado o direito de voto e o dever do voto como opção, não como obrigatoriedade.

Esse número elevado de abstenções é um desafio à classe política, que terá de descobrir formas para resgatar o encantamento do eleitor. Não é, porém, o que vem acontecendo.
Em Brasília, tanto no Congresso Nacional como no governo, políticos tentam aprovar, de forma desesperada, a anistia para o caixa dois de eleições passadas. Um reflexo do clima de apreensão em relação a delação da Odebrecht, que está em fase final de acordo.
Esse movimento da classe política de tentar criminalizar o caixa dois só daqui para frente deve agravar a resistência do eleitor com os políticos.

Blog do Camarotti

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