SANTA CRUZ - EXPONDO OS PROBLEMAS

Grafite expõe problemas por atrasos no Santa Cruz: "Já teve jogador sem dinheiro para táxi"

"Se atrasar um mês, já fica difícil. Quando esse problema financeiro acontece, atrapalha", disse Grafite

Veterano diz que situação tem pesado bastante para peças do elenco com remunerações mais baixas e conta que tem ajudado financeiramente jogadores

O recebimento de parte das das cotas da Sul-Americana, que deve estar nos cofres do Santa Cruz até a próxima quarta-feira, vai viabilizar a regularização de parte dos salários dos jogadores, segundo assegurou o presidente Alírio Moraes. O elenco completou três meses sem receber os seus proventos. Um dos líderes do grupo, Grafite relatou que a falta de dinheiro tem tirado o sono de alguns atletas. Principalmente daqueles sem tanto nome e com remunerações menores. Diz que ele e outros jogadores de maior estabilidade financeira tem até ajudado com dinheiro estes colegas e funcionários de outros setores do clube não ligados diretamente ao futebol (muitos chegam a quatro meses de atraso).

Grafite admite que os atrasos têm prejudicado o rendimento do time de uma maneira geral. “É delicado mesmo, viu? Alguns jogadores já têm um padrão no futebol. Podemos nos dar ao luxo de ficar meses sem receber. Mas outros jogadores, não. Se atrasar um mês, já fica difícil. Quando esse problema financeiro acontece, atrapalha”, disse o veterano.

O centroavante chegou a citar um caso extremo como exemplo. “Já teve até jogador que ficou sem dinheiro para pegar o táxi e vir treinar.” Mas Grafite também reconhece os esforços do clube para viabilizar verbas em meio a um cenário de bloqueios judiciais para pagamento de dívidas passadas, como aconteceu com as cotas de televisão e, mais recente, com as da Conmebol. Por isso, não se furta em ajudar também como pode os mais necessitados do dinheiro no clube.

“Eu sei que a diretoria está fazendo um esforço muito grande. Alírio fica noites sem dormir para liberar esse dinheiro ao clube. É difícil manejar tudo isso no vestiário. E os jogadores buscam falar comigo, com Danny (Morais), com os mais experientes, e a gente ajuda com palavra, com a parte financeira também. Os funcionários também nos preocupam. Mas a gente espera que tudo possa ser sanado nos próximos dias. Vamos remar do mesmo lado para chegar ao objetivo final para ficarmos na Série A.”


Diario de Pernambuco