PF errou ao identificar sigla “JD” como Dirceu
Investigadores da Polícia Federal erraram ao identificar a sigla "JD" como uma referência ao ex-ministro José Dirceu, num relatório da Operação Lava Jato, em fevereiro deste ano.
As iniciais estão em planilha que indica repasses de propina supostamente ordenados por Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e preso na última fase da Lava Jato, nesta segunda (26).
Alguns dos valores são precedidos da rubrica "via JD" –o que indicaria repasses feitos a Dirceu.
A investigação, porém, demonstrou que "JD" era uma referência a Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete de Palocci, também preso temporariamente nesta segunda.
A PF chegou à conclusão após analisar anotações apreendidas de Marcelo Odebrecht, presidente da construtora Odebrecht.
Numa mesma nota, ele faz referência tanto a "JD" quanto a "JDirceu", o que alertou os investigadores. Em outra nota, a sigla "JD" é sucedida de um número de telefone, de propriedade de Juscelino Dourado, segundo mostrou a agenda do celular de Marcelo. A ligação entre Dourado e o "Italiano", apelido de Palocci mencionado na tabela, reforçou a conclusão.
"Considerou-se, até pelo que a gente sabia naquele momento, que JD fazia referência a José Dirceu", declarou o delegado federal Filipe Hille Pace, em entrevista à imprensa na segunda (26). Segundo ele, porém, o "aprofundamento das investigações e novas análises" do material apreendido demonstraram o erro.
Os repasses "via JD" somam R$ 48 milhões, e ocorreram nos anos de 2009 e 2010. A Polícia Federal ainda investiga de que forma o dinheiro foi pago e quem foram os beneficiários finais dos valores.
Da Folha de São Paulo
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