Atirador que treinava na garagem de casa conquista a primeira medalha para o Brasil no Rio
Com o Paulista Felipe Wu, o tiro esportivo voltou a dar medalhas para o Brasil depois de 96 anos
Felipe Wu, atual líder do ranking, conquistou medalha de prata na pistola de ar
O tiro esportivo voltou a dar medalhas para o Brasil depois de 96 anos. Na primeira participação brasileira, na Antuérpia’1920, o país conquistou três medalhas na modalidade: ouro com Guilherme Paraense (pistola rápida) – que dá nome ao complexo de tiro esportivo de Deodoro –, prata com Afrânio Costa (pistola livre) e bronze por equipes.
Felipe avançou para a final em sétimo, com 580 pontos, empatado com o oitavo colocado – apenas oito se classificavam. Na final, ele teve 202.1 pontos contra 202.9 de Xuan Vinh Hoang, do Vietnã. O bronze ficou com Pei Wong, da China.
Campeão de duas etapas da Copa do Mundo este ano, Felipe Wu começou a atirar ainda criança, aos nove anos, levado pelo pai, Paulo, um professor de física de origem chinesa e instrutor de tiro por hobby. Com ele, começou a praticar em um quartel perto de casa e competiu pela primeira vez em 2004, aos 12 anos. Em 2010, conquistou a prata na Olimpíada da Juventude de Cingapura. É dele o recorde brasileiro júnior, sênior em finais e por equipes.
Desde que chegou ao adulto, não havia conseguido resultados relevantes em etapas de Copa do Mundo, até que o ouro no Pan-Americano em Toronto lançou holofotes à história de superação de Wu, que logo ficou marcado como “o atirador que treina na garagem de casa.” Embora a distância entre o atirador e o alvo – como o próprio nome já diz –, seja de 10 metros, Felipe treinava em um estande improvisado na garagem de casa, no Itaim Bibi, em São Paulo, com apenas sete metros entre ele e o alvo pendurado no portão.
Renan Damasceno /Enviado especial ao Rio
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