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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

NÁUTICO - DE VOLTA PRA CASA

Após três anos e meio, Lucas Lyra, baleado em frente aos Aflitos, está voltando para casa

Torcedor foi baleado no início de 2013, antes de uma partida entre Náutico e Central, nos Aflitos

Justiça obrigou empresa de ônibus, para qual trabalhava segurança suspeito de ser autor dos disparos, a custear tratamento do torcedor


Após três anos e seis meses de dor, medo, fé, esperança e superação, o torcedor do Náutico Lucas de Freitas Lyra, baleado na cabeça por um segurança da empresa de ônibus Pedrosa, antes de uma partida contra o Central pelo Campeonato Pernambucano de 2013, está voltando para casa. Na próxima segunda-feira, o jovem, hoje com 23 anos, receberá alta do Hospital Português, onde está internado desde abril daquele ano. Antes, esteve no Hospital da Restauração. O crime, ocorreu no dia 16 de fevereiro, durante uma briga entre torcedores das facções organizadasFanáutico Torcida Jovem, esta do Sport. Além de Lucas, a mãe, Cristina Lyra também está voltando para casa. Desde o crime, ela acompanha o filho em tempo integral no hospital.
Por sinal, Lucas vai conhecer uma casa nova. Por conta dos cuidados que ainda requer, a família se mudou para uma residência maior, no bairro da Torre. Por ordem da Justiça, a Pedrosa está arcando com o custeio de 90% do aluguel do imóvel, além dos gastos com homecare, medicamentos e profissionais necessários. O Grande Recife Consórcio de Transportes, que também foi intimado pela Justiça para arcar com todos os custos da recuperação de Lucas, recorreu da decisão.
Lucas, que chegou a ser dado com apenas 1% de chance de sobreviver, está consciente e se comunica normalmente, mas ainda tem os movimentos do corpo comprometidos, principalmente do lado esquerdo. O jovem passou por duas cirurgias na cabeça, ambas custeadas pelo Estado.
“Como o próprio Lucas disse, essa volta para casa é uma coisa que dinheiro nenhum pode comprar. É a volta da liberdade. Nós sempre mantivemos a esperança desse dia ocorrer porque tudo sempre esteve no controle de Deus. É, sem dúvida, a maior de todas as nossas vitórias”, afirmou Mirela Lyra, irmã de Lucas.
JULGAMENTOA luta da família Lyra agora é por justiça. Isso porque o segurança José Carlos Feitosa Barreto, acusado de atirar no jovem, segue aguardando julgamento em liberdade. Ele irá a júri popular, mas a data da audiência ainda não foi marcada. José Carlos ficou apenas dez dias preso. Ele vai responder por tentativa de homicídio qualificado e porte ilegal de arma.


Diario de Pernambuco

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