Transferido de xadrez, Renato Duque negocia delação
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, foi transferido nesta quarta-feira do Complexo Médico de Pinhais, onde estava preso desde julho de 2015, para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. O repórter Robson Bonin, de Veja, apurou que a movimentação se deve ao fato de Duque ter solicitado novamente um acordo de delação premiada. Nessa versão, ele teria melhores condições de organizar os fatos a serem delatados nas instalações da PF.
Ligado ao ex-ministro José Dirceu, também preso no Paraná, Duque era o operador do PT no esquema de propinas da Petrobras. Já foi condenado por Sérgio Moro, juiz a Lava Jato, em três processos. Juntas, as sentenças somam mais de 60 anos de cadeia. Referem-se aos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O personagem já havia pleiteado sua conversão em colaborador da Justiça. Mas os segredos que se dispôs a revelar foram considerados pelos procuradores da Lava Jato insuficientes para justificar a concessão de benefícios judiciais como a redução da pena. Duque chegou à fila da delação tardiamente. A essa altura, não parece haver muitos segredos que a Procuradoria ainda não saiba.
Duque é protagonista de outros processos que ainda se encontram pendentes de sentença. Moro suspendeu a tramitação dos autos à espera do término da negociação. As conversas são sigilosas. Indagado sobre a troca de endereço do seu cliente, o advogado de Duque, Adriano Bretas, desconversou: “Os motivos da transferência são sigilosos. Não podemos nos manifestar a respeito disso”.
Blog do Josias
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