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sexta-feira, 1 de abril de 2016

OPERAÇÃO LAVA JATO - INCÊNDIO NON ESCRITÓRIO

ESCRITÓRIO DE MEIRE POZA, CONTADORA DE YOUSSEF, FOI INCENDIADO NESTA MADRUGADA
ENTRE OS DOCUMENTOS APREENDIDOS NO ESCRITÓRIO DA CONTADORA ESTÁ UM CONTRATO DE EMPRÉSTIMO NO VALOR DE R$ 6 MILHÕES ENTRE O PUBLICITÁRIO MARCOS VALÉRIO E UMA EMPRESA DE RONAN MARIA PINTO, PRESO NESTA SEXTA-FEIRA (FOTO: WILSON DIAS/ABR)

PF ENCONTROU NO LOCAL, EM 2012, DADOS QUE EMBASARAM 27ª FASE DA LAVA JATO

O escritório da contadora Meire Poza, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, foi incendiado nesta madrugada. Poza contribuiu com as investigações do esquema de corrupção da Petrobrás com informações sobre documentos que estavam sob sua guarda e pertenciam ao doleiro. Um dos papeis que estavam em seu escritório motivou a Operação Carbono 14. Trata-se de um contrato de empréstimo no valor de R$ 6 milhões entre o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado no esquema do mensalão, e uma empresa de Ronan Maria Pinto, empresário de Santo André (Grande SP), preso nesta sexta-feira. Nesse caso, o papel foi encontrado durante ação de busca e apreensão na firma dela, no ano passado.
Em depoimento ao Ministério Público em dezembro de 2012, Valério afirmou que dirigentes do PT pediram a ele R$ 6 milhões que seriam destinados ao empresário Ronan Maria Pinto. O dinheiro serviria, segundo Valério, para que o empresário parasse de chantagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. O documento encontrado no escritório de Poza, em 2014foi o primeiro papel a materializar a confissão de Valério.
Ao Estado, Poza evitou relacionar o incêndio a operação deflagrada hoje. “Estou sem chão, sem rumo. Não tive coragem nem de entrar lá”, afirmou. “Não faço ideia de como isso pode ter ocorrido. Se foi intencional ou não. Já tinha pedido uma proteção para os investigadores da Lava Jato, mas nunca quiserem me ajudar.” O escritório da empresa Arbor fica no Itaim, em São Paulo, num prédio. Outras lojas também foram afetadas. Ela afirmou que ainda não sabe os danos do incêndio. 

(AE) 

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