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quarta-feira, 6 de abril de 2016

DESORDEM JURÍDICA

TEMER DIZ TER FICADO "EXTREMAMENTE ESPANTADO" COM DECISÃO DE MINISTRO
TEMER DISSE QUE TERIA DE "VOLTAR AO PRIMEIRO ANO DA FACULDADE DE DIREITO PARA REAPRENDER". FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR

VICE TAMBÉM CRITICOU A PROPOSTA DE NOVAS ELEIÇÕES: "JEITINHO"

O vice-presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira, 6, que ficou "extremamente espantado" com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, que determinou que fosse aceito um pedido de impeachment contra ele na Câmara. O vice também criticou e chamou de "jeitinho" a proposta de convocar eleições gerais para resolver a crise política do País.
"Eu tenho o maior respeito (pelo ministro), mas confesso que fiquei extremamente espantado no plano jurídico com a liminar que foi concedida", afirmou.
Constitucionalista renomado, Temer afirmou que, quando leu o despacho do ministro, pensou que teria que "voltar ao primeiro ano da faculdade de Direito para reaprender", e argumentou que a decisão de Marco Aurélio não respeitava a ordem jurídica.
Ele defendeu ainda que não cometeu as chamadas "pedaladas fiscais" quando assinou decretos que elevavam gastos e que o Tribunal de Constas da União (TCU) avaliou que as suas decisões, quando assumiu a Presidência interinamente, respeitavam a lei orçamentária e a meta fiscal.
O fato de a presidente Dilma Rousseff ter praticado essa manobra orçamentária é o principal argumento do pedido que originou a abertura do processo de impeachment na Câmara contra a petista. Aliado de Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, rejeito o pedido que argumentava que o peemedebista também deveria ser afastado do cargo.
Novas eleições
O vice também criticou a proposta defendida por correligionários de convocar eleições gerais para resolver a crise política do País. O tema foi trazido à tona esta semana pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Eu acho que a Constituição prevê mecanismos que já estão sedimentados na nossa ordem jurídica para a solução de qualquer crise política", disse. Temer afirmou ainda que convocar novas eleições seria um "jeitinho" e que isso sim agravaria a crise política do País.
Questionado se o impeachment de Dilma seria essa solução, já que o afastamento de um presidente está previsto na Constituição, ele disse que não comentaria essa questão. "Eu fiquei um bom tempo em São Paulo exata e precisamente para não parecer que eu estou trabalhando em qualquer sentido, qualquer direção negativa", disse.
O vice também afirmou que não considerou um erro o PMDB decidir sair do governo, porque esse era um sentimento majoritário no partido. "Mais de 82% do diretório compareceu (na reunião da semana passada) e disse que queria separar-se, e eu sou obediente ao que o meu partido diz", afirmou.
A decisão de romper com o governo foi criticada até mesmos por peemedebistas. Seis dos sete ministros do partido decidiram continuar no governo e não seguir a orientação de entregar os cargos. A expectativa que as demais legendas da base aliada também rompessem com o governo não se concretizou. Essas siglas estão negociando com o Planalto para ocupar o espaço deixado pelo PMDB no governo. 

(AE)

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