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quarta-feira, 30 de março de 2016

SANTA CRUZ - O NOVO COMANDANTE

Apresentado como novo técnico do Santa Cruz, Milton Mendes pontua sobre desafios no clube

"Estou chegando em um clube de massa, equipe que está crescendo e quer crescer cada vez mais", disse

Treinador conheceu estrutura do Tricolor e conversou com a imprensa; ele também afirmou que não ficará no banco de reservas no jogo desta noite contra o Ceará


Ao entrar na sala de imprensa do Santa Cruz, cumprimentou, um por um, os jornalistas presentes à sua apresentação. A cada pergunta, fazia questão de saber nome e veículo de imprensa dos repórteres. Após as respostas, perguntava se havia tirado as dúvidas. Com trato fino e atencioso, o novo técnico coral, Milton Mendes, apresentou-se no clube sabendo que precisa mostrar muito mais do que apenas requinte. Precisa arrumar o frágil time coral, que vem em campanhas claudicantes do Pernambucano e na Copa do Nordeste. Sabe, também, que tem pouco tempo para isso.
"Teremos que pular algumas fases e andar mais rápido que o tempo. Tem que buscar encorajar os jogadores, mesmo estando cansados, e trabalhar nuances táticas. O tempo não está ao nosso lado, mas temos jogadores que provaram o que podem. Subiram numa Série B tão difícil, provaram que conseguem fazer coisas bonitas", exaltou. Mesmo dizendo que a prioridade é o Campeonato Brasileiro, não menosprezou as outras competições. O objetivo nelas, sempre, será o título.
Apesar de já ter tido o primeiro contato com o elenco, Milton garantiu que não treinará o time na partida desta quarta-feira, contra o Ceará. E o motivo é simples: sequer houve tempo de treinar. "Não vou para o banco. Não seria justo com o treinador interino. Adriano fez todas as coisas, e eu não estou 100% dentro do plantel. É de plena confiança o Adriano, a quem já fui apresentado. Ele é qualificado, preparado para honrar o Santa Cruz", disse.
Quando tiver tempo para colocar seu dedo no time, promete um time esforçado e comprometido. "Costumo dizer que os jogadores não são obrigados a jogar bem, mas a se dedicarem e fazerem jus à camisa que vestem. O jogador tem que estar preparado para a pressão e para as coisas andarem para frente", colocou, emendando com elogios ao clube. "A estrela é o Santa Cruz, e todos andarão pra fazer brilhar o Santa."

Confira outros pontos abordados pelo treinador
Filosofia
Nossa equipe terá, sim, um pouco do que é o futebol moderno: compactação, ocupação de espaço nas marcações, transições rápidas. Isso é futebol moderno. Teremos isso, e precisa-se implementar o mais rápido possível. Os jogadores vão trabalhar com construção assimilação e execução. Leva tempo, mas vamos fazer com que os jogadores trabalhem dessa forma. Acredito muito que o futebol não é só jogado, é pensado.
Planejamento
Nosso planejamento vai ser em cima do que pretendemos mais: ganhar mais vezes. Lógico que o Campeonato Brasileiro é o foco principal, mas também queremos outros campeonatos. Por que sonhar pequeno? Podemos chegar lá e tentar buscar. Temos Copa do Brasil esse ano, o Pernambucano em que buscamos alguns pontos pra passar de fase, ou seja, está tudo em aberto. O objetivo é ganhar mais vezes e o mais rapidamente possível. Tudo leva seu tempo, mas queremos ganhar e buscar os resultados. Queremos levantar uma taça.
Aceitação da torcida
O valor de chegar a um clube e a torcida aceitar é muito bom. Dá mais cobrança com relação ao que eu acho de nós. Se os jogadores estiverem preparados, o clube buscando se preparar melhor, logicamente isso vai trazer benefícios para todos nós. A aceitaçao é muito boa, mas é momentânea. Temos que buscar resultados para continuar essa aceitação. Fico feliz e agradecido a todos, por me aceitarem bem, mas a cobrança da minha pessoa para com o trabalho é muito maior. Se aceitaram é porque acreditam. Então tenho que mostrar, trabalhar e buscar o melhor possível pra que continuem acreditando.
Expectativa e ansiedade
A gente que tem pensamentos muito avolumados e rápidos, o que faz com que não vivamos o momento. O torcedor, quando tem ansiedade e é ávido de estar na Primeira Divisão, passa para os jogadores. E a ansiedade atrapalha, tira o discernimento, a calma, a paz. E eu não vejo como uma coisa muito boa. Acredito que o torcedor crie uma expectativa positiva, o que é bom, mas temos que saber que o Brasileiro é difícil, a Copa do Brasil é difícil, mas os mesmos jogadores conseguiram subir ano passado. Então, têm potencial. É acreditar neles e no projeto, no clube e nas pessoas.
Lideranças do elenco
 Quando se fala em atletas, não se pode olhar a idade, e o treinador não pode olhar o jogador como o jogador A, B ou C. Tem que ver o que ele está produzindo, e como está produzindo. Isso satisfaz o que queremos, a estrela que é o clube. Sendo velho, novo, médio, a produção que faz com que ele entre em campo. O papel, paralelamente, é importante, porque têm experiência, vivência de vestiário e conquistas. Isso é importante, mas só entra em campo quem e estiver bem, novo ou velho.

Diario de Pernambuco

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