Jerome Valcke, ex-número 2 da Fifa, é suspenso por 12 anos
A punição a Valcke se une às suspensões por oito anos do presidente demissionário da Fifa, Sepp Blatter, e do presidente da Uefa, Michel Platini
Valcke foi igualmente declarado culpado pela Câmara de Julgamento da Fifa por 'destruição de provas'
Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da Fifa, foi suspenso por 12 anos de todas as atividades ligadas ao futebol pela justiça da federação internacional, anunciou nesta sexta-feira a suprema instância do futebol.
O francês de 55 anos foi afastado de suas funções em 17 de setembro depois de um escândalo envolvendo a venda de ingressos para o Mundial-2014 no Brasil.
A investigação realizada pela Fifa permitiu evidenciar "vários atos repreensíveis, ligados principalmente a um abuso de gastos em viagens", mas também à venda de direitos televisivos a terceiros.
Valcke foi igualmente declarado culpado pela Câmara de Julgamento da Fifa por "destruição de provas".
Esta investigação conduzida por Cornel Borbely, presidente da Câmara de Investigação da Comissão de Ética da Fifa, foi aberta após a imprensa revelar o escândalo de revenda de ingressos no mercado negro para a Copa do Mundo do Brasil-2014.
Os investigadores determinaram que uma empresa de marketing esportivo obteve vantagens de maneira "indevida" na venda de ingressos para a Copa do Mundo.
"Não só nada foi feito para deter essas atividades, como Valcke incentivou os responsáveis", explicou Câmara de Julgamento em seu comunicado.
Afastado de suas funções em 17 de setembro, quando precisou interromper uma viagem à Rússia num jato privado, o francês também foi declarado culpado por ter "escolhido viajar em voos privados e não regulares sem motivo", de ter favorecidos "pessoas próximas" e de "tentar vender os direitos de transmissão dos Mundiais de 2018 e 2022 a preços abaixo do valor de mercado".
- Destruição de provas -
Valcke também foi declarado culpado de "tentar obstruir a justiça destruindo provas e relatórios".
O ex-diretor de marketing da Fifa já foi acusado pela imprensa em junho do ano passado de ter sido responsável por uma transferência de 10 milhões de dólares ao polêmico Jack Warner, um dos ex-vice-presidentes da Fifa, atualmente banido à vida da entidade. Valcke negou as acusações.
Em 17 de janeiro, após a demissão de seu cliente, o advogado de Valcke, Barry Berke, afirmou que o francês estava "orgulhoso de tudo que havia conseguido em seu longo mandato de secretário-geral, com duas Copas do Mundo de maior sucesso da história, no Brasil e na África do Sul".
"A história lhe dará razão e reconhecerá todas suas contribuições ao esporte que ama", continuou o advogado.
A carreira de Valcke, jornalista por formação, já passou por sérios problemas há quase uma década. Em 2006, foi demitido da Fifa devido a um processo judicial entre dois patrocinadores da Fifa, Mastercard e Visa, que custou 90 milhões de dólares à entidade. Seis meses depois, Valcke foi reintegrado e promovido, se tornado o braço direito de Blatter.
A punição a Valcke se une às suspensões por oito anos do presidente demissionário da Fifa, Sepp Blatter, e do presidente da Uefa, Michel Platini.
Os dois dirigentes recorreram da suspensão, o que será analisado pela Comissão de Recursos da Fifa nos dias 15 e 16 de fevereiro.
Em meio à tempestade judicial por suposta corrupção em grande escala, a Fifa elegerá o sucessor de Blatter em 26 de fevereiro, no Congresso Extraordinário da entidade.
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