Países da América Latina e África aparecem como possível elo global da operação
A investigação da Lava Jato, conduzida pelo juiz Sergio Moro, sacudiu ao menos dois países esta semana, diante de suspeitas que dinheiro de corrupção do Brasil ultrapassou as fronteiras do país. No Peru, veio à tona a notícia de que a empreiteira Odebrecht é suspeita de ter pago propina de três milhões de dólares ao presidente Ollanta Humala. As iniciais dele aparecem em uma planilha apreendida pela Polícia Federal brasileira no escritório de um funcionário da empreiteira, onde constam pagamentos feitos ao "Projeto OH". A suspeita dos investigadores é que essas sejam as iniciais do mandatário do Peru. A notícia fez o Palácio de Governo peruano anunciar, na rede social Twitter, que Humala havia convocado o embaixador do Brasil “para expressar seu rechaço a essas afirmações”.
Na República Dominicana, o anúncio da prisão do marqueteiro estrela do PT João Santana estremeceu o ambiente político às vésperas das eleições, marcadas para maio. Santana se encontrava no país, onde estava trabalhando na campanha para reeleger Danilo Medina, do Partido de Libertação Dominicana (PLD) e teve de voltar às pressas para o país junto com sua mulher, Monica Moura. Os dois estão presos temporariamente desde terça-feira. O assunto ganhou os jornais locais e os partidos de oposição dominicanos aproveitaram para pedir ao presidente que esclarecesse seus vínculos com Santana e não tentasse interferir em possíveis investigações.
As revelações do possível elo peruano da Lava Jato também apimentam a campanha eleitoral local: as eleições estão marcadas para 10 de abril. Keiko Fujimori, candidata do partido Fuerza Popular e filha do ex-ditador Alberto Fujimori, pediu em seu perfil do Twitter que Humala não tenha permissão para deixar o país até que as alegadas acusações sejam esclarecidas. Ollanta Humala, que tomou posse em 2011, tenta emplacar seu sucessor, Daniel Urresti.
Do El País
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