Após transplante, Paulo Junior se recupera e sonha retornar ao futebol
Paulo Junior conta com apoio da família durante recuperação (Foto: Paulo Junior/ Arquivo Pessoal)
Atacante do Salgueiro luta há nove meses contra leucemia. Atualmente em Mossoró - RN, sua cidade natal, ele continua o tratamento que está em fase de pós transplante
Nove meses depois de ser diagnosticado com leucemia, o atacante do Salgueiro, Paulo Junior vive uma nova fase no tratamento e na própria vida. Em casa, na cidade de Mossoró - RN, ele se recupera do transplante de medula óssea, realizado em agosto, em Recife - PE e sonha poder voltar aos gramados. Em entrevista ao GloboEsporte.com ele conta como tem sido o tratamento contra a doença e quais são suas expectativas para o futuro.
A DESCOBERTA
Em março, quando foi diagnosticado com leucemia, Paulo Junior estava começando sua historia no Salgueiro. Para o jogador, era a chance de consolidar seu nome no Brasil depois de ter passado seis temporadas no futebol árabe. No novo clube, o desempenho não podia ser melhor, com direito a dois gols em jogo de estreia. Mas a notícia da doença frustrou as expectativas do atacante.
- Eu vinha me sentindo bem. Tinha acabado de fazer uma pré-temporada no América de Natal e no começo de fevereiro cheguei no Salgueiro. Pouco tempo depois, comecei a sentir alguns sintomas, mas tudo parecido com uma virose, então o médico do clube, que me ajudou bastante, me medicava e eu continuei treinando e jogando. Até que um dia eu passei mal mesmo e fui levado para a emergência do hospital de Salgueiro. De lá fui encaminhado para a urgência do hospital Regional de Juazeiro - BA, onde os médicos especialistas fizeram o exame que detectou que eu estava com leucemia - explicou o jogador.
Além de lidar com a notícia inesperada, Paulo Junior custou a se acostumar com a ideia de não poder mais dar continuidade aos planos profissionais.
- O afastamento dos gramados foi muito, muito difícil mesmo, porque o futebol é uma coisa que eu amo fazer. Desde os meus 18 anos estou jogando profissionalmente e saí muito cedo do Brasil. Este ano eu estava retornando e queria abrir portas aqui no Brasil, queria fazer meu nome e estava tendo essa oportunidade no Salgueiro. Comecei muito bem no time, mas infelizmente aconteceu isso aí (a descoberta da leucemia). Então foi muito difícil, porque estava acostumado com aquela rotina e de repente, de uma hora para a outra tive que parar, sem esperar - frisou o atacante.
O APOIO RECEBIDO
Com apenas um mês no Salgueiro, Paulo Junior não esperava que os companheiros de time demonstrassem tanta amizade e solidariedade ao momento delicado na sua vida. Para ele, a grata surpresa serviu como combustível para lutar contra a leucemia
- Logo quando eu recebi a notícia foi um choque grande pra mim, mas eu tive muito apoio. Recebi muita força dos companheiros de clube, assim como o próprio Salgueiro, do presidente ao pessoal da diretoria, comissão, todos, foram muito bons comigo, me deram todo apoio e força. Eles cumpriram com todos os deveres e fizeram sempre um algo a mais. Isso aí me deu uma força extra para poder lutar contra essa doença - ressaltou Paulo Junior.
A situação fez com que a relação com o clube e com os companheiros de time se estreitasse. Se de um lado os jogadores dedicavam as vitórias ao atacante, do outro, Paulo Junior se esforçou para continuar acompanhando as notícias e jogos do Carcará.
- O Salgueiro foi muito correto comigo. Eu só tenho a agradecer ao presidente Clebel, a diretoria, a todos. Eles cumpriram com o dever e foram além me dando apoio com mensagens, visitas, e toda força necessária para eu me manter firme e forte no tratamento. Por isso eu continuei na torcida, acompanhando o time, vibrando com cada vitória, com cada conquista, mesmo do hospital, nos momentos difíceis. Quando a gente passa assim por um clube como o Salgueiro, a gente faz novos amigos que se tornam uma família, então eu só tenho a agradecer a todos - declarou.
O FUTURO
Passados os seis meses da primeira fase do tratamento no hospital, Paulo Junior aproveita os momentos em casa para receber o carinho dos dois filhos e da sua esposa. A boa expectativa dos médicos e os bons resultados na fase de pós transplante, fazem com que o jogador sonhe com planos antes improváveis.
- Seria muito bom voltar a jogar, fazendo aquilo que eu realmente amo fazer, mas não sei se vai ser possível. Eu deixo isso nas mãos de Deus. Também não quero voltar a jogar só por voltar. Se eu tiver as condições 100% como eu tinha, de poder me doar dentro de campo, estiver bem fisicamente e mentalmente seria um sonho, é um novo sonho na verdade, mas eu deixo o futuro em aberto, porque agora o meu pensamento é só a minha recuperação, a saúde em primeiro lugar para que eu possa retomar a minha vida - ponderou o atacante.
Mas se depender da torcida e da sua médica, a saúde de antes deve retornar e o bom desempenho nos gramados também.
- Eu até brinquei com a minha médica perguntando se ela me colocaria para jogar bola de novo e ela disse: "Vou! Por que não?". As expectativas dos médicos são boas, eles falaram que meu corpo está respondendo bem desde o começo do tratamento, então tem tudo para que eu volte a ter uma vida normal - concluiu Paulo Junior.
globoesporte.com
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