O chefão é Lula
2015 bate as botas como o ano da corrupção. Já se vai tarde! Escândalos foram a tônica dos seus 365 dias, cada um mais cabeludo do que o outro, fomentados, geridos e alicerçados por um Governo eleito com a bandeira dos trabalhadores, mas comandado por uma quadrilha que reina, conforme as investigações da Polícia Federal, desde a era Lula.
Luiz Inácio Lula da Silva, aliás, é apontado como o seu chefe, acusado de enriquecimento ilícito, junto com a família, especialmente o filho Lulinha, que de limpador de bosta de elefante num zoológico virou um dos maiores patrimônios nacionais. Recentemente, foi alvo de uma operação da Polícia Federal, sendo levado a prestar depoimento.
Já o ex-presidente e o seu Instituto receberam uma fortuna — cerca de R$ 4,5 milhões — da Camargo Corrêa. A empreiteira é uma das suspeitas de participar dos esquemas de corrupção identificados pela Operação Lava Jato da PF. A empresa chegou a pagar mais de R$ 800 mil por duas palestras de Lula.
O montante recebido por Lula e seu instituto, segundo investigações da PF, foi dividido assim: R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras e Eventos e Publicidade LTDA., por conta das palestras, e outros R$ 3 milhões para o Instituto Luiz Inácio Lula da Silva. Conhecido como o pai dos pobres no Brasil, já que supostamente acabou com a fome no País, o ex-presidente só viaja em jatinhos e exige hospedagem em hotéis cinco estrelas nos países para onde vai palestrar.
Em setembro de 2011, Lula embarcou para Portugal para palestrar sobre a crise econômica mundial a pedido da Camargo Corrêa. O ex-presidente ganhou cerca de R$ 340 mil pela apresentação. Pouco tempo depois, a Camargo Corrêa chegou a pagar R$ 815 mil por apresentações de Lula em Moçambique e África do Sul em novembro de 2012.
Oficialmente, o ex-presidente foi aos países africanos para trabalhar por “cooperação em políticas públicas e ampliação das relações internacionais”. Porém, Lula trabalhou para diminuir a resistência à Camargo Corrêa no País. Em junho de 2013, mais um tour de palestras pagas pela Camargo Corrêa, de acordo com apuração da revista. Lula viajou à Colômbia, Peru e Equador para tratar de uma “América Latina mais justa e igualitária”. O patrocínio da viagem foi de R$ 375 mil ao ex-presidente.
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, admite que as palestras são o ganha-pão do ex-presidente. Em entrevista à Veja, Okamotto avisou que a responsabilidade por organizar contratos, logística e valores das palestras de Lula é dele, mas não soube precisar quanto Lula faturou com palestras. Okamotto afirma que o Instituto “cobra um cachê” pelas apresentações.
Em abril, o núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu uma investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por tráfico de influência internacional e no Brasil. A investigação apura “supostas vantagens econômicas” obtidas pela Odebrecht entre 2011 e 2014. Foi a primeira vez que o ex-presidente e seus negócios apareceram nas investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção dentro da Petrobras da ordem de R$ 42 bilhões.
por Magno Martins