Capital do terror
Chamada de capital de tantas coisas, Paris também é uma capital do terror. Ali se matam inimigos políticos estrangeiros, que migraram ou se exilaram na França –se matam entre eles mesmos. Vez e outra, massacram-se judeus.
Desde os anos 1960, de mais comum houve atentados da parte de argelinos, armênios, palestinos, corsos, bascos e, agora, de "extremistas islâmicos", diga-se assim, pela falta de nome melhor para essa escória.
Desde o final dos anos 1980, parecia haver um declínio da frequência de ataques. Em meados de 1990, ocorreu um repique do terror, a estreia mais certeira dos "islamistes", no caso argelinos.
Este colunista morava em Paris quando começou a onda terrorista de 1995-96, de gente ruim amadora e quase sem recursos. Explodiram bombas caseiras nos metrôs que eu tomava todo dia, matando 12 pessoas. Explodiram uma bomba diante da agência do meu banco e numa feira perto da Bastilha (feira de rua, igualzinha às nossas). Minha feira.
O risco de atentados causava mais estranhamento do que medo, ainda mais para quem vem do Brasil (mesmo não tendo morado nas zonas de guerra e terror onde vive muita gente pobre). Perto do massacre deste novembro, era quase "vida brasileira" comum.
Agora, é outra história.
Vinicius Torres Freire - Folha de S.Paulo
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