Cunha é hostilizado durante coletiva no Salão Verde
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de protestos, hoje, no Salão Verde da Casa. Enquanto concedida entrevista coletiva, parlamentares e cidadãos entoaram gritos pedindo sua saída do cargo. Pouco antes da entrevista, parlamentares do PSOL, PSB, PT e PMDB também realizaram ato "em defesa da ética política", em contraponto à homenagem recebida por Cunha, que, em cerimônia nesta tarde, teve sua foto afixada na galeria de ex-líderes do PMDB.
A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) chegou a interromper a entrevista para questionar: "Quando o senhor vai renunciar?". Cunha é suspeito de ter contas secretas na Suíça, por meio das quais teria recebido propina, e patrimônio não declarado no exterior de cerca de R$ 61 milhões. Clarissa é filha do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR), em cuja gestão Cunha foi presidente da Companhia Estadual de Habitação (Cehab). Depois da parceria, ambos romperam.
Aos jornalistas, a deputada relatou que vem sofrendo perseguição por parte do presidente da Câmara. Segundo a parlamentar, há mais de um mês ela está inscrita para usar a tribuna da Casa durante a Ordem do Dia, mas Cunha tem manobrado para não deixá-la falar. Clarissa foi a única deputada do PR até o momento a assinar lista pedindo a investigação do peemedebista no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi apresentado pelo PSOL e também conta com assinaturas de deputados de Rede, PT, PSDB, PPS, PSB, PROS, PDT e PMDB.
Questionado durante a entrevista coletiva, o presidente da Câmara minimizou a manifestação de Clarissa Garotinho. "Foi uma parlamentar. A Casa tem 513", afirmou o peemedebista a jornalistas. Cunha também minimizou protesto organizado pelo PSOL do qual participaram os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Erica Kokay (PT-DF) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). "Essa é uma casa democrática. Todos têm o direito de se manifestar", disse o presidente.
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