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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

OPERAÇÃO LAVA JATO - POLÍTICOS TORANDO PINO

A bomba Fernando Baiano

Brasília está na expectativa da delação premiada do lobista Fernando Baiano, envolvido na operação Lava Jato como um dos principais operadores do PMDB. Teria vazado que nos depoimentos preliminares ele teria denunciado o vice-presidente Michel Temer. Se isso vier a se confirmar a crise política toma outros caminhos.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve homologar no início desta semana o pedido de delação premiada de Baiano. Ele foi preso ano passado e há pouco mais de um mês fez a solicitação à Justiça e começou a prestar depoimentos sobre sua atuação como intermediário de propina para políticos. Ele é apontado como operador do PMDB e também com ligações no PT.
Segundo informações que chegam de Brasília, um juiz auxiliar destacado por Zavascki irá a Curitiba hoje, para conversar com Fernando Soares sobre as condições de seu pedido de delação premiada. É uma conversa de praxe para que fique claro o cumprimento da lei – de que o pedido de delação foi feito espontaneamente, sem qualquer tipo de coação.
Depois disso, Zavascki poderá homologar a delação e encaminhar todas as informações à Procuradoria Geral da República. Assim, o procurador-geral, Rodrigo Janot, poderá se valer destas informações para fazer novos pedidos de denúncia contra políticos ou dar mais sustentação a pedidos já feitos.
Segundo os cálculos feitos no Supremo Tribunal Federal, ampliados os prazos para a defesa dos políticos denunciados – casos de Eduardo Cunha e Fernando Collor –, dificilmente haverá tempo para pedido de abertura de processo contra algum deles este ainda este ano. A expectativa entre os investigadores é que as revelações do lobista poderão atingir novos nomes de políticos e confirmar as suspeitas sobre deputados.
Baiano é amigo do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado em agosto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção e lavagem de dinheiro. Preso desde novembro de 2014, na Operação Juízo Final, etapa da Lava Jato que alcançou o braço empresarial do esquema de corrupção na estatal, Fernando Baiano é apontado como elo do presidente da Câmara no suposto recebimento de uma propina US$ 10 milhões.
Deste total, US$ 5 milhões teriam sido destinados para o deputado, segundo o delator Júlio Camargo. Segundo o delator Júlio Camargo, o lobista do PMDB e o deputado, em 2011, o pressionaram durante reunião em um prédio comercial no Leblon, Rio. Baiano já foi condenado na Lava Jato em uma primeira ação. O juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato, impôs ao lobista 16 anos e 1 mês de cadeia. No mesmo processo, foi condenado o ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, a 12 anos e 3 meses de prisão. Baiano responde a outros processos na Lava Jato.

por Magno Martins 

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