Futuro: delatores fora da cadeia e políticos presos
Caso a delação da Andrade Gutierrez se confirme (a possibilidade ainda está em estudo pela empreiteira), empurrando as outras empresas para a colaboração, a Operação Lava Jato se encaminharia para o seguinte desfecho: de um lado, a maioria dos empreiteiros, lobistas e ex-diretores condenados – mas fora da cadeia, em prisão domiciliar. E os políticos presos,
A adesão da Andrade Gutierrez (AG) a acordo de delação premiada e leniência tem uma meta, além de permitir à empresa seguir fazendo negócios com governos: blindar os acionistas da companhia de qualquer ação criminal futura.
O modelo almejado é o mesmo que foi formatado no acordo de leniência da empreiteira Camargo Correa. A AG nega que a empresa esteja estudando a possibilidade de colaborar com a Justiça.
Advogados e juristas familiarizados com o universo das empreiteiras brasileiras acreditam que a delação da Andrade Gutierrez pode ter efeito dominó. Depois dela viriam OAS e, no limite, a Odebrecht.
A Odebrecht até o momento resiste enfaticamente à ideia. Mas, no limite, se veria diante da possibilidade de ser a única a receber punição severa em todo o escândalo, impedida de fazer negócios com a administração pública e com Marcelo Odebrecht condenado a passar alguns anos na cadeia.
Folha de S.Paulo
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