Odebrecht segue preso: outro pedido negado
Na sexta-feira passada, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região indeferiu, por unanimidade, um novo pedido de habeas corpus feito pelos advogados de Marcelo Odebrecht.
A decisão é dura, pelos termos utilizados. Eis um trecho:
- A reiteração das condutas delituosas demonstra não só a indiferença do paciente (Marcelo Odebrecht) perante o direito, mas também revela maior risco à ordem pública e à necessidade de cessar a atividade criminosa.
Marcelo está preso há 66 dias. Sua defesa, no entanto, só acredita num eventual sucesso de suas tentativas de soltá-lo nas cortes de Brasília. A informação é de Lauro Jardim, na coluna Radar, da Veja.
Enquanto isso, Leandro Mazzini diz na sua coluna que num dia da última semana de Julho um jatinho rasgou o céu da Fazenda Estrela, sobre seus 2,3 mil alqueires em Canarana (MT), e aterrissou na pista da propriedade. A bordo, Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, e dono do maior grupo empresarial do País, fundado por seu pai, o falecido Norberto.
Foi recebido pelo dono da fazenda, Iris Rezende, ex-governador de Goiás. Na condição de pai, e não de empresário, Emílio foi pedir ajuda. Quis sensibilizar Iris na tentativa de caminhos para a libertação do seu filho, Marcelo Odebrecht, trancafiado num presídio de Curitiba, alvo da Operação Lava Jato. O que o ex-governador goiano, repousando numa fazenda de Mato Grosso, a 1.784 quilômetros de Curitiba tem a ver com o caso desvela-se no episódio que se seguiu. Emílio soube que Iris é um dos padrinhos de indicação da goiana Laurita Vaz ao Superior Tribunal de Justiça, Corte onde repousa o habeas corpus impetrado dias antes da visita à fazenda.
Tudo em vão.
Iris tentou contato com a ministra do STJ através de amigo próximo, mas Laurita Vaz não quis conversa. O HC está sob análise da Quinta Turma, da qual ela faz parte, após ser distribuído dia 24 de julho pelo presidente de plantão à época, ministro Francisco Falcão, que solicitou mais dados à defesa para análise. Descoberta a visita, os envolvidos tecem uma cortina de blindagem na tentativa de apagar o caso constrangedor.
Questionado, o ex-governador Iris gaguejou, e desconversou. A assessoria de Odebrecht foi seca numa resposta por email: lamentou especulações e negou. A assessoria do STJ não respondeu – a Corte não tem tradição de comentar casos envolvendo ministros.
BlogdoMagno
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