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segunda-feira, 13 de julho de 2015

OPERAÇÃO LAVA JATO - DELAÇÃO PREMIADA

Delação, só com os outros


Luiz Sérgio, o relator da CPI da Petrobras, que convocou o ministro José Eduardo Cardozo a depor, criando problemas para o Governo, foi duas vezes ministro de Dilma: primeiro, na Secretaria das Relações Institucionais; depois, na Secretaria da Pesca. Nos dois casos, é mais lembrado por sua aparência, uma espécie de Aloízio Mercadante ainda com cabelo, e pelo apelido: Garçom. Só transmitia as reivindicações dos parlamentares e as enviava a quem de direito, sem poder para atendê-las. Mas é tão dilmista que o PT o tornou relator da CPI.
Fora convocar o ministro, Luiz Sérgio convocou também a advogada Beatriz Catta Preta, que se especializou em acordos de delação premiada. Pois não é que Luiz Sérgio teve quase metade dos custos de sua campanha bancados por doações de empresas envolvidas na Operação Lava Jato? E um delator premiado disse que boa parte das doações a partidos vinha de dinheiro de propina?
Tradução: é preciso botar um freio nas delações premiadas, atingindo a profissional que mais acordos alcançou na Lava Jato. Beatriz Catta Preta irá depor sobre "a origem dos recursos com que seus clientes têm custeado os respectivos honorários". A tese: se soubessem que os recursos são ilícitos, os advogados estariam envolvidos em lavagem de dinheiro. Na prática, claro, é diferente: primeiro, porque os contatos entre clientes e advogados são sigilosos por lei; segundo, porque não cabe a profissionais terceirizados investigar se o dinheiro de seus honorários foi obtido licitamente ou não pelo cliente, como não cabe ao tintureiro investigar de onde foi tirado o dinheiro para pagar seus serviços. O objetivo é claro: tentar desmoralizar as delações atingindo os advogados. 
É briga difícil, envolve a OAB, cria inimigos - e só se explica quando a crise é explosiva.

Carlos Brickmann

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